NanNam
Antes
Saio do curso e olho o horário, o NanFah já deve estar chegando para irmos almoçar. Vou até uma pequena loja de lembranças que tem ao lado e fico olhando os produtos que eles vendem, vejo uma prateleira com pequenos quadros e um deles me chama atenção, é a imagem de um lobo uivando para a lua, é uma pintura simples apenas o contorno do lobo e a lua, mas a forma que o lobo está parado com a cabeça virada para a cima, parece que ele está sofrendo... Eu fecho os olhos e consigo ver o Kong como se ele estivesse aqui na minha frente, sentado ao pé da árvore, escutando alguma melodia triste e chorando, chorando pelo avô que faleceu, chorando pela traição, porque mesmo ele negando com comentários ácidos e aquele sorriso debochado que eu odeio, eu sei que isso o feriu muito.Alguém toca o meu braço, eu abro os meus olhos, a vendedora estende a mão e fala alguma coisa, mas o meu inglês ainda é péssimo, ela levanta a mão e leva para o rosto me dá um lenço de papel e aponta para o rosto novamente, eu entendo e limpo o meu rosto, não percebi que estava chorando.
O telefone toca e é uma mensagem do NanFah avisando que chegou, eu olho para o quadro mais uma vez, me curvo agradecendo a vendedora e saio.
Agora
Olho o Kong andando de um lado para o outro, vou até ele e o abraço.- Você tem que se acalmar, Lobinho.
- Essa ligação do seu irmão foi muito estranha, Nam. Porque ele me ligou? Porque do celular do Pakorn? Porque essa história sobre conhecer o meu pai?
- Eu não sei, mas nós vamos ter que esperar.
Ele suspira e me abraça.
- Eu estou preocupado.
- Eu sei, Lobinho, eu sei.
Ele me beija, se afasta e começa a andar novamente, ficar preso em casa só vai ser pior, mas também não quero correr o risco de sair e repetir o que aconteceu naquele jantar, não com ele tão nervoso. Então eu tenho uma ideia, mando uma mensagem para o Pine e espero, ele demora para responder e eu começo a me questionar se ainda não estamos bem. Depois de quase cinco minutos ele responde apenas com um OK, mas já é o suficiente. Eu vou até o Kong, seguro a sua cintura e o puxo para mim.
- Pega as suas coisas que nós vamos sair.
- Mas...
- Lobinho, o Pakorn sabe se cuidar e o NanFah está junto com ele, não se preocupe, o meu irmão não deixaria nada acontecer, sem contar que é a mãe dele, o que pode acontecer?
Ele fecha os olhos, suspira e concorda, pega o celular, a carteira e as chaves e partimos.
Chegamos na marina e eu estaciono, saio do carro e o Kong vem ficar ao meu lado, eu seguro a sua cintura e começo a andar até a lancha do Pine, subo, ajudo ele e um homem sai de dentro da cabine, ele entrega a chave da lancha e vai embora, o Kong me olha surpreso.
- Você sabe pilotar?
- Não, mas você sabe, não sabe?
- Sei, mas como...
- Você sempre foi apaixonado por essas coisas, carros velozes, super motos, lanchas, Jet skis, paraquedismo...Eu achei que você tiraria licença para pilotar.
Ele continua me olhando surpreso e eu dou a chave para ele, vamos até o painel e ele liga a lancha.
- De quem é?
- Do Pine.
Pela sua cara dá pra ver que ele não gostou.
- Isso é um problema?
- Depende, você deixa eu colocar fogo nela depois?
Ele continua sério e não sei se está brincando, então ele sorri e começa a mover a lancha.
Eu sento e fico observando, sempre quis ver ele fazendo as coisas que gosta, lembro de quando ele me contou que participou de um racha de motos, claro que eu fiquei muito preocupado, mas só de observar os seus olhos brilhando enquanto contava eu fiquei rendido. Depois ele descobriu... Depois eu não tive mais essa chance.
Ele olha pra mim e sorri e fala alguma coisa, mas com o barulho do motor e o vento eu não consigo ouvir. Eu levanto, vou até ele e o abraço.
- O que você disse?
- Quer que eu te ensine?
- Não, prefiro ficar assim.
Eu beijo o seu pescoço e fico olhando para o mar abraçando ele, quando estamos no meio do nada ele para a lancha e desliga o motor, vira e me beija.
- Me diga que tem uma cama lá dentro.
- Tem uma cama lá dentro.
Ele primeiro sorri, depois fica sério, se afasta e me olha desconfiado.
- Quantas mulheres você já trouxe aqui, NanNam?
- O que? Nenhuma!
Óbvio que ele não acredita, eu vou até ele e o abraço de novo.
- Sério, nunca trouxe ninguém aqui, nem mulher, nem homem, eu jamais faria isso com você, Lobinho. Eu sei se tem uma cama porque as vezes eu venho com o Pine mergulhar, só nós dois ou com o NanFah junto.
Ele fica me encarando, então suspira.
- Me desculpe.
- Não.
Ele fica surpreso, mas eu não volto atrás
- Não vai ser fácil assim, Lobinho, eu quero ser compensado por ter sido acusado injustamente.
Ele me beija e tira a minha camisa.
- Então acho que vou me esforçar mais no meu pedido de desculpas.
Ele segura a minha mão e entra na cabine, tira a sua roupa e a minha calça e cueca, coloca a camisinha e se deita sobre mim, me beija, quando estamos sem fôlego ele se afasta e olha nos meus olhos.
- Me desculpe, Nam, eu prometo que vou me esforçar mais para confiar em você.
Eu afasto o cabelo do seu rosto.
- E eu prometo que vou me esforçar mais para fazer você confiar em mim. Eu te amo, Lobinho!
- Eu também te amo!
Pakorn
O NanFah deita sobre mim, respirando com dificuldade, eu passo a mão nos seus cabelos e beijo a sua cabeça, ele olha para mim e sorri. É incrível como o sorriso dele consegue ser angelical e diabólico ao mesmo tempo, mais impressionante ainda como ele me afeta, sempre foi assim, foi esse sorriso que me deixou confuso desde o início. Ele beija o meu peito e me olha mais uma vez.
- No que você está pensando tão sério?
- Acho que eu me apaixonei por você por causa desse sorriso.
Ele sorri mais ainda e eu não aguento, viro ele fazendo se deitar e deito sobre ele. Beijo o seu pescoço e ele geme alto, eu vou beijando o seu peito e começo a masturbar ele, quando me levanto para colocar a camisinha o meu telefone toca. Ele olha para o telefone irritado e eu estendo a mão para pegar e atendo.
- Oi, Win!
- É verdade?
- O que?
- Você não é filho do papai?
- A mãe te contou?
- Sim, para mim e para a Li.
- Isso é bom.
Nós ficamos em silêncio, não sei o que dizer nessa situação.
- Está tudo bem?
Ele não responde a minha pergunta, apenas diz.
- Eu vou desligar, Pakorn.
- Tudo bem, preci....
Ele desliga antes de eu terminar. Espero que isso não se torne um problema.
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Selvagem
FanfictionUma aposta e dois corações partidos. Um jogo perigoso que não se pode voltar atras. O presente e o passado se chocam trazendo dor, sofrimento, redenção e duas lindas histórias de amor. _________________ Para começar a ler Selvagem é preciso entend...