Selvagem

Provocações

NanNam

Antes

Kong

Estou a caminho de casa quando paro em um food truck para comprar um lanche, eu faço o meu pedido e me encosto na lateral para não atrapalhar os outros clientes. Recebo uma mensagem lembrando que eu tenho terapia amanhã, não vejo a hora de superar tudo isso, as vezes eu acho que ir lá para falar do meu avô, da minha família, dos processos, do...

Fecho os olhos e bloqueio esse pensamento, não posso pensar nele, não posso!

- Se você quiser é só ir nesse local, essa é a senha.

Merda!

Eu respiro fundo e tento bloquear a sua voz também.

- Sai fora babaca! Já falei que não estou interessada.

Eu abro os olhos e vejo uma garota muito bonita passando por mim, não posso negar que ele tem bom gosto. Sinto cheiro de cigarro e inconscientemente olho para o lado, ele também está encostado fumando enquanto manda uma mensagem, nunca imaginei que ele fumava, como eu pude ficar com alguém por meses e não perceber isso? Pelo menos essa nova versão dele não me atrai nem um pouco, antigamente eu era atraído para ele como uma mariposa é atraída pela luz, mas agora? Nada. Nada mesmo! É a mesma pessoa, mas eu não sinto nada. Então porque eu não consigo esquecer, não esse NanNam, aquele que eu conheci, porque não consigo esquecer ele?

Fico olhando para a sua mão, ele está rodando o cigarro aceso entre os dedos, espero ele se queimar, mas ele é muito ágil.

- Perdeu alguma coisa aqui?

Eu olho para cima, não tinha percebido que ele estava me encarando.

- É você, não é? O cara do taco de baseball.

Essa coisa dele fingir que não sabe quem eu sou está realmente me irritando, eu viro e fico de frente para ele.

- Vai se foder, NanNam, você sabe muito bem quem eu sou!

- Como eu saberia quem você é? Principalmente sendo daquele clube de rejeitados.

Ouvir ele dizer isso me leva mais uma vez para aquele maldito bar, onde ele disse essas mesmas malditas palavras, quando percebo já dei um soco nele. Ele sorri e passa a língua limpando o sangue do canto da boca e tenta me acertar, eu desvio e tento acertar ele que desvia também.

- Ei, vocês!

Nós paramos e olhamos para um guarda que está a alguns metros de distância, o NanNam sorri e corre.

Covarde!

Agora
Bebo o meu whisky enquanto assisto o Kong, o NanFah e o Pakorn estão jogando sinuca. É tão bom ver todos eles se dando bem, mesmo o Kong e o Fah que estão sempre implicando um com o outro estão confortáveis entre si.

O Kong está mais feliz, todo aquele peso que eu sempre achei que era minha culpa parece que foi finalmente tirado dele, com o tempo eu percebi que não foi só o que eu fiz, teve muitas outras coisas que tiraram aquele brilho que ele tinha quando nos conhecemos, mas agora ele brilha novamente, ele ilumina a todos nós.

O Kong erra uma tacada e o NanFah o provoca, o Pakorn pede para ele parar e ao invés de ficar irritado como normalmente ficaria, ele olha para o namorado e sorri. Ainda é difícil acreditar que alguém domou o meu irmão, apesar que nesse caso é difícil dizer quem domou quem, porque tenho certeza que o Pakorn faria qualquer coisa que o meu irmão pedisse com um grande sorriso.