Ficar e Lutar

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NanNam

Antes
Acordo com o som da campainha, olho no relógio e são 3:20, cada vez que isso acontece eu me odeio um pouco mais, eu devia parar com isso de uma vez por todas, ele se machuca, eu me machuco e ficamos presos nesse inferno, mas eu não consigo me afastar, a ideia de perder o que me sobrou dele é quase insuportável, se ele pelo menos me escutasse...

A campainha toca mais uma vez e eu me levanto, vou até a porta e ele está parado, como sempre ele me olha com ódio, mas o ódio não consegue esconder o amor que também está ali.

Ele anda na minha direção, bate a porta e me beija, eu seguro os seus ombros e o afasto.

Nós precisamos conversar, Lobinho.

Não, nós vamos jogar.

Ele me empurra para a parede com força e me beija mais uma vez, segura o meu pênis e começa a me masturbar.

Vamos jogar, NanNam!

Eu tento manter o foco, mas ele sabe como me pegar de guarda baixa, sabe como me atrair todas as vezes, nesse jogo não dá pra saber quem é a caça e quem é o caçador, mas isso não importa, porque no fim os dois perdem.

Ele tira a camisa e os sapatos, me beija me direcionando para o quarto, quando chega na cama ele me empurra de novo. Deita sobre mim e me beija de forma violenta, ele não se importa se vai me machucar.

Kong, é melhor não fazermos isso.

Cala boca e entra no jogo ou eu vou procurar outro para jogar, NanNam!

Eu me irrito e empurro ele para deitar na cama, tiro a minha roupa e a calça dele, viro ele de costas e começo a foder, eu vou me odiar por isso amanhã, mas pelo menos hoje ele é meu.

Agora
Chegamos de viagem e vamos direto para o seu apartamento, eu quero ver o NanFah, mas ele disse que está bem, então vou descansar hoje e ir ver ele amanhã.

O Kong entra na casa abrindo as janelas e vai levar as nossas malas para o quarto, ele anda tranquilamente pelo corredor, de repente para e me olha.

— Me desculpe, eu nem perguntei, você vai levar as suas coisas para a sua casa?

— Não, essas eu vou deixar aqui.

Ele sorri e volta a andar, entra no quarto, depois sai e vem na minha direção.

— Quer pedir alguma coisa pra comer, Nam?

— Pode ser, temos que ir ao mercado fazer compras, não tem nada para cozinhar aqui.

Ele concorda e pega o celular, enquanto pede a comida eu vou para a cozinha e limpo tudo para tirar o pó. Estou lavando a louça que vamos usar quando ele entra e me abraça, não faz mais nada, só fica abraçado me observando.

Eu termino, seco tudo e coloco no balcão, seguro a sua mão e levo ele para o sofá, ele deita no meu colo e eu passo a mão pelo seu cabelo.

— O seu cabelo está grande, está na hora de cortar.

— Eu gosto dele assim, você não gosta?

— Você fica perfeito de qualquer jeito, mas eu tenho impressão que ele te incomoda as vezes.

— As vezes sim, mas não vou cortar por enquanto.

— Tudo bem.

O telefone dele começa a tocar e ele suspira.

— Esqueci o telefone na mala.

— Quer que eu pegue para você, Lobinho?

— Não precisa, amor, eu vou.

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