Famílias

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NanFah

Ele para no meio do quarto, coloca a camisa e abotoa, eu levanto da cama e vou até ele.

— Se você não quer fazer isso,  não faz, você está ansioso demais, Pakorn.

— Não é isso, é só que eu estou preocupado com o resultado.

— Não fica assim, as vezes vocês são só parecidos, sem nenhuma ligação.

— Você acredita mesmo nisso?

Eu suspiro e nego, então sorrio.

— Pense assim, se ele não for seu irmão nós vamos ter um grande problema, porque você não vai poder ficar conversando com ele o tempo todo. Então é melhor torcer para ele ser o seu irmão.

— Eu já falei que você tem que controlar o seu ciúmes, mesmo que ele não seja meu irmão é nojento, lembra?

Eu dou de ombros e desabotoo a camisa que está torta.

— É melhor ele ser o seu irmão e o seu pai não ser o seu pai. Gosto de como tudo se encaixa.

— Você nem conhece o meu pai, Fah.

— Sorte dele, porque se um dia ele te tratar mal na minha frente vai se arrepender por tudo que já fez para você.

— Ele é um idoso doente, NanFah.

— Ele é um homem que maltratou uma criança por anos, me desculpe se eu não consigo engolir isso.

Fecho o último botão e ele me beija.

— Eu quero muito te apresentar para a minha família, então ajudaria se você fizesse um esforço para aceitar ele.

— Mais um motivo pra torcer para o babaca do Kong ser seu irmão, se ele for eu só vou precisar conhecer a sua mãe que também não me desce, mas é mais fácil de aguentar.

— O que a minha mãe fez pra você não gostar dela?

— Nada, esse é o problema, ela nunca fez nada e deixou o seu pai fazer o que fez, pra mim ela é tão culpada quanto ele.

— Não é assim, NanFah...

Eu abraço e ignoro pontada na minha costela.

— Eu não tenho um bom histórico com pais, Pakorn, os seus pais e os meus pais, eles tinham que nos proteger da crueldade do mundo, mas no fim nós que tivemos que nos proteger deles.

Ele suspira e beija a minha cabeça.

— Sinto muito, Fah!

— Tudo bem. Vamos embora antes que eu resolva acabar com a sua greve de sexo.

Ele dá risada e me beija.

— Não é uma greve de sexo.

— Então vamos transar!

— Não até você estar bem.

— Eu estou bem! Em quem eu tenho que bater pra você acreditar?

— Em ninguém, vamos lá.


Chegamos na clínica e o meu irmão e o Kong já estão lá, quando nos cumprimentamos eu percebo que o Kong gosta de mim tanto quanto eu gosto dele. O meu irmão continua sendo frio com o Pakorn, acho que vai demorar pra ele esquecer que o Pakorn o enfrentou para defender a Nithan.

Entramos e vamos para a recepção, a atendente pergunta três vezes se eles realmente querem fazer um teste de DNA, acho que qualquer um no lugar dela teria a mesma reação. Eles entram em uma sala para o exame e eu sento com o meu irmão para esperar.

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