Lilian passou os próximos trinta minutos tentando me convencer que gemer o nome de outra mulher não era tão ruim assim.Eu sei que fazia puramente para que eu me sentisse bem, e fico agradecida de tê-la sempre me apoiando, mas era uma situação humilhante demais.
Depois de descobrir que Billie não ficou com a Victoria, a culpa começou a me consumir viva e eu não conseguia pensar em outra coisa. Eu nem sequer tinha um argumento mais para ter feito o que fiz.
Não que eu tivesse antes. Mas eu poderia fingir.
— Preciso voltar — murmurro, tendo chorado o suficiente — As meninas vão chegar e não posso deixar ela sozinha lá...
Líli assente, cansada de achar desculpas para me fazer sentir melhor sabendo que era impossível.
— Nem tem como ela saber ainda, então fica em paz — encoraja — Finge que estava com dor de barriga, sei lá...e presta atenção, porque você torce a boca demais quando mente!
Descobrindo coisas novas sobre mim mesma todos os dias.
— Bom saber — agradeço — Mas não sei. Ela estava com uma cara péssima quando eu disse que estava mal e precisava ir embora.
— É impossível ela saber. Não deu tempo. Ela nunca mexe no celular durante a monitoria, acredite — me dá certeza — Vai tranquila!
Pego os livros que havia trazido no momento da raiva pensando em nunca mais voltar para aquela sala, mas eu não poderia deixar a Billie lidado com vinte alunas enlouquecidas fazendo perguntas a cada segundo.
Então me olhei no espelhinho que minha amiga usava, sabendo que não teria como melhorar minha expressão de choro.
— Quer colocar gelo? — Lilian oferece.
— Eu realmente preciso ir — nego — Me deseje sorte!
Ela o faz, e eu sigo a caminhada da vergonha em direção a monitoria novamente.
Meu coração palpitava, as palmas das mãos suando de nervoso. Olhava em volta como se Coraline estivesse espalhado para todo mundo o que havia acontecido, e mesmo sendo pura paranoia, ainda sim era agonizante.
Andava bem devagar, não querendo encontrar a loira que me lançou um olhar terrível antes que eu saísse correndo de lá.
Chegando perto da porta, ouça os barulhos de conversas e papéis sendo mexidos. Algumas soltavam uns gritinhos animadas pelo que acontecia nos romances que estavam lendo e eu sorri por um minuto.
Eu de fato gostava de fazer isso. Eu me sentia conectada com as meninas e mesmo não querendo admitir, conectada com a Billie também.
Encontro a loira sorrindo enquanto ensinava algo. Me aproximo, colocando minhas tralhas em cima da mesa evitando chamar atenção.
Sabemos que sorte eu tenho, e o último livro que estava na pilha cai da minha mão. Logo todas as alunas direcionaram sua atenção a mim, e Billie me lança um olhar mortal.
— Amélia! Eu estava precisando da sua ajuda!— Kayla me chama, apontando para sua lição.
— Já vou até aí te ajudar, só um minutinho, tudo bem? — peço.
Precisava conversar com a Billie para entender que passo estávamos na leitura delas, e vejo que a mesma nota minha confusão, se aproximando de mim.
— Esse é o capítulo — diz, seu tom de voz bem rude enquanto me mostra o livro.
— Estamos atrasadas, então? — questiono, confusa — Deveríamos estar no dezesseis se não me engano. Não é isso?
— Cala a boca um pouco, Ferrer — murmurra, seus dedos massageando suas têmporas — Só faz a merda que estou pedindo!
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trinity // billie eilish
RomanceSer forçada a trabalhar com a menina que mais odiava em todo o internato não estava nos planos do último ano escolar de Amélia.