you got my heart i don't want it back

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Acompanhei Lilian pelo corredor. Os cabelos loiros balançavam enquanto apressava os passos para chegar no seu dormitório.

— Você não precisa fazer se não quiser — reforço.

A ideia maluca que tive se concretizou quando contei para minha melhor amiga. Sua reação foi diferente do que imaginei; esperava uma Lili com medo e se recusando a me ajudar, mas para minha surpresa, seus olhos verdes brilharam ao cogitar como colocaria esse plano em ação.

Abri um caderno naquele dia, e escrevi todas as consequências que conseguia pensar, não importa o quão absurdo.

Todas elas eu admitiria a culpa por
completo, e mentiria caso Lilian tentasse se envolver.

A Amélia do começo desse ano, que nunca faria nada que pudesse a prejudicar academicamente, estaria extremamente decepcionada comigo.

Mas aquela Amélia não estava apaixonada.

— Eu quero fazer — Lilian afirma.

É claro que estava preocupada em possivelmente ser expulsa, ter uma mancha enorme no meu currículo escolar que me impeça de entrar na faculdade que eu queria.

Afastei esses pensamentos, a única coisa que eu tinha certeza é que deveria continuar com o plano.

— Obrigada — peço — Eu devo tipo...para sempre?

Lilian solta uma risada, destrancando a porta do seu quarto.

— Não esquece que ela também é minha amiga — lembra — É isso que faço por quem eu amo.

A puxei para um abraço.

Seu cabelo fazia cócegas no meu peito, e encostei meu queixo em cima.

— Você é muito pequena — brinco — Não te deram esteroide para crescer quando era criança, não?

Ela se solta, me empurrando de leve enquanto sorria.

— Como você acha que sua namoradinha vai reagir? — pergunta, se escorando no batente da porta.

Sinto minhas bochechas corarem ao ouvi-la. Apertava os lábios ao pensar na possibilidade de pedir Billie em namoro.

Ela merece que eu pense com carinho no que fazer. Merece ser surpreendida. Merece o mundo.

— Não pensei nisso, para ser sincera — dou de ombros — Espero que ela não fique chateada comigo.

— Não vai — garante — Mas espera um pouco para contar.

— E se eu não contar?

— Você não acha que já foi burra o suficiente nas suas decisões até aqui? — provoca, levantando a sobrancelha.

— Vai cuidar da sua vida — reviro os olhos, não conseguindo evitar o sorriso no rosto.

— Tô tentando, mas ela é muito teimosa-

Empurrei a loira para dentro do quarto, fechando a porta em seguida enquanto nós duas continuamos rindo.

Ela sabia o quanto eu odiava essas piadas bregas dela.

Continuei caminhando, as peças de quebra cabeça pareciam estar se encaixando conforme pensava no que fazer.

Eu só precisava de um fim de semana e algumas distrações. Nada que Cora não consiga me ajudar.

Para aquele plano funcionar eu precisava ser uma verdadeira filha da puta — e esperava do fundo do meu coração que Billie não notasse.

Bati na porta do dormitório. Era um corredor que eu não frequentava, e a noite parecia que as luzes piscavam de propósito na intenção de criar um clima assustador.

trinity // billie eilishOnde histórias criam vida. Descubra agora