save that shit for later

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Empurrei a porta do meu dormitório aberta, ouvindo o barulho irritante do meu telefone tocando.

Billie apoiava todo o peso do seu corpo em mim, ainda murmurando coisas sem sentido.

Puxei meu celular do bolso depois que consegui senta-la na minha cama.

— É melhor ser importante — murmurro, fechando a porta com o pé em seguida.

— Cadê a Billie?! — ouço a voz de Cora gritando por cima da música — A Carol disse que viu você arrastando ela para fora!

Bom, colocando desse jeito parece até que eu sou uma predadora.

— Ela mal abre o olho, idiota — digo, sem paciência — Quem largou ela no canto foi você!

— Onde vocês estão? — reclama, o som abafado.

— Ela vai dormir aqui na sua cama — respondi — Se vira aí!

Desliguei, bufando. Não deveria estar surpresa, mas acho que Billie andou contando das peripécias que causamos essa semana.

Falando nela, via que se esforçava muito para se ajeitar na cama. Seus olhos azuis abriam e fechavam devagar, e parecia que sua consciência voltava aos poucos.

Peguei uma água do frigobar, abaixando no nível que a loira estava e lhe entregando.

— Você consegue tomar um pouco? — peço.

Ela se senta, bem rápido, e pega a garrafa da minha mão, tomando uns goles.

— Por-r que você me tirou de lá? — pergunta, sua voz tão embolada que foi difícil de entender.

— Porque a Cora te deixou sozinha, fiquei com medo que acontecesse alguma coisa — explico, sabendo que era inútil já que não lembraria de nada.

Billie sorri, encostando seu corpo contra a parede.
— Uhum — confirma — Você é minha melhor amiga, Meli!

Senti o rubor no meu rosto, lembrando que esse apelido foi o que me chamou no sonho.

— Claro, Billie — solto uma risada — Você vai amar descobrir isso sóbria...

— Hm — enrola as palavras — V-você conseguiu o que queria?

Franzi a sobrancelha, surpresa que a menina lembrava do que a Lilian tinha contado a ela.

— Eu não estaria aqui com você se tivesse conseguido, né? — ironizei.

Billie me olha estranho. Passava a mão pela sua roupa, desconfortável, então fica de pé com dificuldade.

Vou em sua direção, com medo que caia, e ela se segura na madeira da cama.

— Você me acha bonita? — pergunta, seus olhos azuis pareciam ler minha alma.

Ela diz com tanta clareza, me surpreendendo para quem estava tão embriagada.

Balanço a cabeça, respondendo sua questão. É claro que sim. Não é possível que não saiba disso.

Ela passa a mão de novo pelas roupas, e penso que talvez esteja desconfortável. Não sei se tem condições de se trocar sozinha, mas uma camiseta deve ser o suficiente. Eu não queria passar de nenhum dos nossos limites, sabendo que Billie ficaria extremamente incomodada se soubesse.

Me certifiquei que a loira estivesse segura, e fui em direção ao armário.

Eu não tinha uma variedade tão grande de roupas, muito menos de pijamas, mas achei uma camiseta grande cor de rosa que as vezes usava como camisola.

trinity // billie eilishOnde histórias criam vida. Descubra agora