bruises on your ego

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BILLIE (POV)

Reuni os papéis que levaria para terminar no meu dormitório.

A luz alaranjada do pôr do sol refletia a sala vazia, o vento soprando os testes que as meninas haviam feito para o chão.

Recolhi tudo com cuidado, fechando a janela para que não continuasse a acontecer.

Acho que o mal humor era claro no meu rosto. Senti falta da Amélia no momento que saiu por aquela porta. Nós duas éramos responsáveis por apresentar a escola, mas nunca foi uma escolha da aluna nova.

Mordi o lábio, sentindo um pouco de ciúmes. Quer dizer, não que eu tivesse direito. Provavelmente é uma antiga colega.

O ciúmes não era necessariamente por isso, e sim porque nosso tempo juntas era contado e essa aluna nova roubou as últimas horas que teria com ela naquele dia.

Não que eu tivesse outras intenções, claro.

— Oi, bonitinha! Amélia não está aí? — vejo Lilian colocando a cabeça para dentro da sala.

— Foi apresentar a escola — respondi, me aproximando dela.

— Hm...— coloca a mão no rosto, pensando — Isso é bom! Bem que eu queria conversar com você sozinha. Pode ser?

Torci a boca, encarando seus olhos verdes e sabendo que o assunto seria o que venho tentando evitar nesses últimos dias.

Fecho a porta atrás de nós duas, caminhando pelo corredor em direção ao meu quarto.

— Eu literalmente não tenho mais o que falar sobre isso, Lil — resmungo — Juro que estou tentando, mas ela não tem tido tempo...

— E você não tem tido coragem...

A olhei com cara de poucos amigos, mas ela tinha razão.

— Bill, você está brincando com os sentimentos da Lia — explica — Você gostaria de estar nessa posição? Ela merece uma resposta. Mesmo que seja um não...pelo menos, pode seguir em frente.

— Você sabe que não é um não — admito — É só...complicado.

Lilian assente, passando o braço por mim e me puxando para um abraço.

— Tenta — sussurra no meu ouvido — Sei que não está fácil para você também.

Fiz um carinho no seu cabelo e a mesma saiu na direção oposta.

— Para de fugir dos seus problemas! — grita antes de sumir do meu campo de visão.

Meu coração apertou ao pensar em colocar toda essa pressão em cima de Coraline. E fui honesta quando disse a Amélia que não duvidava que ela tenha feito algumas dessas coisas, mas tudo?

Ela sabe como o boato tem me magoado. Se realmente foi ela que espalhou, não admitiria para mim nunca. Eu conheço a ruiva. Ela não sabe discutir e muito menos dizer que está errada.

Eu teria que me articular muito bem para conseguir atingir meu ponto.

Bati a porta do meu quarto, sentando na cama e soltando um suspiro alto.

Eu não esperava que esse ano seria assim.

*

— Cora? — pergunto, cutucando a ruiva que estava deitada na cama.

Seus olhos verdes abrem, me encarando. Logo seus braços sobem para se espreguiçar.

— Oi, linda — murmurra entre bocejos — Que horas são?

trinity // billie eilishOnde histórias criam vida. Descubra agora