*esse capítulo contém cenas de sexo explícito!
O barulho dos personagens conversando na série era o único som que ecoava pelo quarto. A luz vinha diretamente do computador apoiado em cima do cobertor.
Sentia a tensão entre nós duas. Os nossos pés se tocavam de vez em quando, e aquela mínima aproximação era o suficiente para fazer meu coração acelerar.
Cheguei no seu quarto depois de muito tempo enrolando no meu — estava tão tensa porque queria que a noite fosse perfeita. Misturei hidratantes diferentes para ter certeza que estaria cheirosa, baguncei meu guarda roupa a procura da lingerie ideal e tudo isso ainda tentando parecer casual.
Mas a verdade é que eu nunca estive tão nervosa. Eu sentia meu corpo todo tenso, como se nunca tivesse feito aquilo antes; como se fosse minha primeira vez. E não era, não era nem sequer a primeira vez com ela.
Eu a culpava por isso. Aquele era o efeito Billie.
Seu cabelo loiro estava preso, a franja caía tão delicadamente no seu rosto. Usava um óculos de armação preta, que nunca havia visto usar, mas a deixou ridiculamente mais bonita.
— Você não parece estar prestando atenção, Meli — comenta, flagrando o quanto estava encarando seu perfil.
— Eu estou — minto — Ela não acabou de se vestir de enfermeira sexy e a mãe dela mandou trocar, né?
Ela solta uma risada alta, e pausa a série.
— Isso foi no episódio passado de halloween!
Acompanho sua risada, não tendo como me defender mais. Quem pode me culpar? Ela era bonita demais para focar em um seriado.
Me surpreendo quando se aproxima, encostando seus lábios nos meus.
O beijo era lento, cheio de vontade. Sua mão logo se agarra ao meu cabelo, puxando da maneira mais sensual possível. Logo sinto minhas bochechas queimarem pela antecipação do que estávamos prestes a fazer.
Billie desfaz o beijo, me encarando por um minuto antes de tirar os óculos e fechar o notebook. Ela se levanta para guardar o eletrônico em cima de sua escrivaninha, e observo cada passo. Eu não sei porque estou tão nervosa. Eu já fiz isso antes.
Talvez seja o jeito que a loira olhava para mim desde o momento que pisei nesse cômodo. A maneira que se movia em minha direção como se fosse me comer viva. Como se fosse uma caçadora, e eu um animal indefeso.
A questão é que eu sempre fui a caçadora. Nunca a presa.
Ela acende a luz do abajur, ajudando a iluminar grande parte do quarto. Senta-se na cadeira, e olha no fundo dos meus olhos.
Sinto a excitação pulsando entre as minhas pernas enquanto sentia cada vez mais desesperada pela loira, que parecia estar com um plano muito complexo na cabeça.
Ela abre as pernas bem devagar. Tão devagar que se eu não estivesse prestando atenção a cada movimento seu, não notaria. Não preciso que ela me fale o que quer, e desço da cama um pouco desengonçada.
Me arrepio ao sentir o gelado do chão quando me ajoelho à sua frente. Era tão engraçado como a dinâmica havia mudado, nunca pensei que me veria tão pequena diante dela. Coloco a mão primeiro, encostando na sua coxa direita e esperando para confirmar se era isso mesmo que queria.
Billie tomba a cabeça, e retira o elástico que prendia seu cabelo. Continua me olhando, o azul escuro me deixando um pouco tonta. Aproximo meus lábios de onde minha mão está, logo trocando um pelo outro.
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trinity // billie eilish
RomanceSer forçada a trabalhar com a menina que mais odiava em todo o internato não estava nos planos do último ano escolar de Amélia.