Era segunda feira.Os dias haviam passado de forma lenta e dolorosa. Desde o beijo, parece que a situação vem piorando drasticamente.
Billie alegou que estava doente e por isso não frequentou os últimos dias de monitoria daquela semana.
Eu não caí naquele papinho. Ela só não queria lidar comigo; por isso mandei mensagem explicando da viagem bem de última hora, ou seja, não teria tempo o suficiente para cancelar.
Não obtive resposta, mas sei que visualizou a mensagem. Era o suficiente.
Terminava de ajeitar minha mala com a expectativa que essa viagem fosse de mal a pior. Quer dizer, sabia que Billie não queria exatamente conversar comigo.
Olhei para cama vaga da minha colega de quarto, incomodada que passei o fim de semana tentando conversar com a mesma e nada. Era impossível conseguir algo de Coraline. Qualquer momento que eu mencionava as informações confusas que recebi nos últimos dias, ela era evasiva e arranjava um jeito de ir embora para não ter que responder.
Queria poder ser detetive e colocá-la naquelas salas de interrogatório.
Empurrei a mala pelas rodinhas enquanto checava se peguei tudo que precisava e quando tive certeza, caminhei em direção a saída da escola.
Era uma sensação muito estranha mas ao mesmo tempo incrível. O internato era gigante, visto de cima parecia um castelo. Mas mesmo assim, pode se tornar entediante. São as mesmas pessoas, mesmas paredes, mesmas salas...
Então me dava uma sensação forte de liberdade ao saber que dormiríamos em outra cidade, e além de tudo, poderíamos visitar pontos turísticos.
A fila estava grande para entrar no ônibus. Enquanto me aproximava, notava a animação das meninas em poder viajar. Elas conversavam, empolgadas, mostrando fotos de lugares que gostariam de ir uma para outra.
— Bom dia, Amélia! — Professora cumprimenta — Você e a Billie vão na frente. Deixa elas entrarem primeiro, tudo bem?
Concordo, encostando em um dos postes ao lado enquanto faziam uma chamada para controle das alunas.
Vejo Billie se aproximar da professora, provavelmente perguntando alguma informação.
Solto um suspiro, aliviada. Confesso que não tinha certeza se viria ou não, então vê-la ali era incrível.
Ela estava linda. Me peguei a admirando, mesmo a tendo visto usando aquele uniforme milhões de vezes. Mas era surpreendida sempre, com um adereço diferente no cabelo ou uma meia com pequenos corações vermelhos.
Mordi o lábio, forçando para que eu não abra um sorriso e pareça uma doida.
Ela se encosta no poste oposto ao meu, claramente incomodada com a minha presença. Eu sabia que isso aconteceria. Mesmo assim, não me arrependo. Pelo jeito que me beijou, tenho certeza que queria aquilo tanto quanto eu. Só precisava descobrir o que a impedia.
Eventualmente todas entram no ônibus, e subo para entrar também.
Eram bancos duplos, e os quatro primeiros pertenciam aos responsáveis. No caso seria a Professora Kaling, de literatura e o Professor Hail, de inglês e por consequência, o outro par era para as monitoras daquela classe.
Encaixei minha mala no compartimento, e encarei a loira que estava atrás de mim, aguardando para guardar a sua.
— Posso pegar? — pergunto, nervosa com as primeiras palavras que troquei com ela desde que minha língua estava na sua boca.
Ela apenas assente, se sentando e largando sua mala rosa claro do meu lado.
Reviro os olhos, nem me importando caso veja, e faço o favor que ofereci.
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trinity // billie eilish
RomanceSer forçada a trabalhar com a menina que mais odiava em todo o internato não estava nos planos do último ano escolar de Amélia.