i'm not on drugs, i'm just in love

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Parecia que o mundo havia parado naqueles segundos. Sentindo seus lábios roçarem contra os meus, quase me fazendo perder todos os meus sentidos. 

Não me movia. Ela teria que dar aquele passo.

A impressão era que o tempo passava em câmera lenta. Eu não conseguia pensar em mais nada, eu estava tão hipnotizada quanto no dia que estávamos trancadas na cabine do banheiro.

Quando achei que perderia a cabeça de vez, sinto seus lábios contra os meus.

Ficou assim por um tempo, nenhuma das duas querendo se mover. Era quase como um sonho, e eu demorei a entender que era realidade.

Apenas sentindo a proximidade uma da outra. Era natural. Era certo.

O selinho se estendeu até o momento que eu decidi que não aguentaria continuar daquela maneira, e tomo a decisão de aprofundar o beijo.

Toda a negação que estive nesse tempo todo me fez perder a cabeça. Eu não me dava tempo para apreciar todas as coisas que eu gostaria de fazer com a loira.

Agora eu pedia passagem com a língua, e ainda não acreditava que estava finalmente fazendo aquilo. Mal sabia que eu queria tanto.

Era muito melhor do que no sonho.

Por algum motivo seu gosto era familiar, era atrativo. Eu queria poder beija-lá para o resto da minha vida. Estava completamente entregue a qualquer coisa que pedisse de mim nesse ponto.

Ela encosta sua mão tão delicadamente sobre meu rosto, me puxando para perto, querendo mais.

O sinal alto tocou dentro do vestiário, e o susto fez com que nos afastássemos imediatamente.

Era o aviso que o treino havia começado.

Encarei sua forma, como se estivesse acabado de acordar de uma realidade paralela.

Seus lábios e bochechas tão vermelhos que pareciam me convidar de volta.

Sua expressão me surpreende, vejo a confusão nos seus olhos.

— Eu preciso ir!

Balanço a cabeça, concordando. Mesmo assim, continua parada do mesmo lugar. Suas mãos apoiadas contra a parede, como se precisasse de sustento, e me lançando um olhar profundo.

Eu não sabia o que responder. Meu coração batia tão alto, a respiração alterada.

Ignorando tudo a minha volta, e sentindo a necessidade de tê-la novamente, me aproximo com pressa. Agarro seu rosto com as duas mãos, encostando nossas bocas.

Ela sequer questiona, me beijando de volta imediatamente. Sinto o alívio na hora que seu gosto volta a se misturar com o meu, como se necessitasse daquilo para continuar vivendo.

— Ferrer! — ouça a voz de Bárbara soar alto em eco no ambiente.

Billie coloca suas duas mãos no meu peito e me empurra, não muito forte, fazendo com que nós duas olhássemos para minha treinadora como se estivéssemos sido pegas roubando.

Bom, beijar não é crime, né?

— Estava me perguntando onde você estava! Desde quando acha que pode estar fazendo isso em propriedade escolar?! — questiona.

Se ela soubesse as coisas que Coraline faz na "propriedade escolar" provavelmente perderia a cabeça.

— Me desculpa, treinadora — peço, evitando olhar para loira que estava do meu lado.

— Some da minha frente antes que eu reporte vocês duas! — grita — Já basta que a Hill esteja machucada, não posso ficar perdendo meninas!

Mordi o lábio, subindo rápido em direção a quadra. Encosto na grade, observando a loira caminhar quase correndo de volta à escola.

trinity // billie eilishOnde histórias criam vida. Descubra agora