Para você não sou apenas o Imperador

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Passaram alguns dias após a finalização dos jogos no Coliseu.

V tinha sido comprado por Suga e agora estava morando no palacete do general dos exércitos de Roma.

Enquanto isso no palácio do imperador, mudanças estavam ocorrendo, sutis, é claro, no imperador sem que ele mesmo perceba. Mas alguém notava e esse alguém era Park Jimin.

Jeon estava naquele dia, em seu imenso e esplendoroso jardim. Estava sentado em um balanço próximo a uma árvore. Ali era onde gostava de ficar quando desejava se afastar dos assuntos de política, ali ele poderia ser apenas Jeon Jungkook.

Estava perdido em seus pensamentos, quando foi despertador por Jimin que trazia uma jarra e um copo.

- Vossa Alteza, perdoe-me a intromissão, seu escravo tomou a liberdade de preparar essa limonada para o senhor, está um dia quente, posso lhe servir?

Jeon, por um instante, contemplou Park Jimin e pensou como aquele rapaz era bonito e pensava que ele devia realmente ser um anjo.

- Jimin, se aproxime. - solicitou o imperador.

Jimin se aproximou apenas alguns passos.

- Não aí Jimin, sente ao meu lado aqui no balanço. - Complementou Jungkook.

O loirinho timidamente se sentou no banco do balanço ao lado do imperador que estava vestido por uma túnica vermelha, enquanto Jimin uma de um tecido leve, branca, quase transparente.

Os olhos, como duas jabuticabas, de Jeon acompanhavam as curvas do corpo esbelto de Park.

- Jimin... não precisa me tratar com formalidade, como vossa alteza, imperador e coisas assim... para você eu não sou apenas o imperador, eu sou Jeon Jungkook.

Jimin olhou diretamente nos olhos do homem bonito a sua frente. E pensou que ele devia odiar Jeon, ele era o representante do império que conquistou, matou e escravizou seu povo, mas não sabia por que não conseguia o odiar como desejava.

- Imperador... eu agradeço por sua gentileza mas, eu continuarei sendo um escravo, mesmo que não te servisse mais.
Eu não tenho mais pátria, nem família e apenas sou uma mercadoria sem valor... Eu prefiro continuar te chamando com formalidade pois eu sei onde e meu lugar. Somos de mundos completamente diferentes.

Aquilo doeu no âmago de Jeon.

Sabia que por mais dolorosas as palavras de Jimin fossem, era tudo verdade. Sabia que ele não diretamente, pois não foi ele que solicitou a invasão naqueles países e promoveu o massacre e captura de todas aquelas pessoas, é culpado pelas atrocidades cometidas e nada iria justificar ou consertar erros do passado. Por mais que ele fosse o imperador, não era tão simples libertar todos os escravos. O sistema de Roma já estava ali bem antes de seu pai conquistar o império e tinha também todo o senado. Jeon sabia que carregava a culpa pelas mortes e sofrimentos de centenas e até milhares de pessoas. Jeon sabia que não podia nem sequer pensar em desejar Park Jimin, pois ele era sujo demais para alguém tão puro como Jimin. Sabia que o escravo do lado de si, não falou nada para o acusar, mas Jeon sabia bem o quão errado ele mesmo era e ainda o quão egoísta por tratar Jimin como um escravo.

- Jimin... Eu...

- Jimin, você deve me odiar muito, pode me dizer tudo bem? Não irei te punir por isso.

- Eu deveria te odiar Imperador Maximus, mas eu realmente não consigo te odiar... - diz Jimin com seus olhos doces para Jeon.

Jeon aproximou seu rosto do dele e com uma de suas mãos segurou o rosto de Jimin e selou os seus lábios nos de Jimin. Em um ósculo casto. Jeon afastou seu rosto rapidamente, pois sabia que ele era alguém que deseja mais do que um beijo e Jimin para ele era como tocar em uma divindade pura. Se sentia culpado por o desejar de uma maneira inapropriada.

Jeon se levanta .

-Jimin, não vou precisar do seu serviço por hoje, está dispensado e não precisa fazer nenhum serviço no palácio. - Jeon se apressou a dizer e saía do jardim sem olhar para trás, escondendo o qual afetado ficou pelo ato que fez.

Jimin não teve tempo de processar o que aconteceu e nem responder Jeon. Observou a limonada ali intocada e ficou triste ao notar que Jeon parecia não gostar de sua presença. Ele nem ao menos o desejava como as escravas que ele tinha, igual aquela que estava na banheira com ele.

Jimin começou a se questionar qual era o problema de si mesmo por não agradar Jeon.

Mal sabia Jimin que Jeon estava com seu próprio coração batendo mais rápido na sua presença, sentindo algo que nunca sentiu antes, mesmo em sua vida cheia de lascívia e luxúria, com Jimin era diferente...

Assim o Imperador se trancou em seu quarto pelo resto do dia e Jimin ficou em seu quartinho. Ambos separados, porém tão próximos e ambos sem saber nutrindo sentimentos que não eram o de um escravo para seu dono e de seu dono para um escravo, era muito mais denso e mais profundo o que estava acontecendo e ainda seria descoberto.

Império de Sangue - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora