Banhados sob a luz do luar

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Jimin olhava ao redor do grande aposento imperial. Era sem dúvida luxuoso e nunca em sua vida, nem mesmo antes de ser escravizado, imaginou dormir em um quarto tão luxuoso.

Jimin queria ser livre, mas ao mesmo tempo enfrentava um paradoxo. Queria ser livre ao mesmo tempo que queria continuar com Jeon.

Suas dores físicas não representavam mais nada, agora que o próprio imperador estava cuidando de si e sabia que nunca mais veria a serva que constantemente o humilhava e o agredia de várias formas, verbais e físicas.

Jimin, notava as cores belas , a textura das paredes. Mas certamente o que mais chamava atenção era a cama do imperador. Era enorme, mas mais do que isso, ela toda era feita de ouro maciço e na cabeceira se formava um imponente e belo dragão, era um símbolo de poder e força. Pensou que realmente aquilo combinava com Jeon.

Jimin sabia que não devia nutrir qualquer tipo de sentimento parecido com afeição e carinho por Jeon, sabia que ele era o imperador de Roma, um dos homens mais poderosos do mundo. Sabia que mesmo antes de Jeon, o império já se sustentava em um dos pilares que eram a escravidão, sabia que Jeon simplesmente não poderia libertar todos os escravos, até porque teria que enfrentar o senado. Mas Jimin sabia que seu coração estava indo em direção oposta á sua razão. Sempre que o imperador lhe chamava, seu coração disparava. Jimin sempre desejava estar perto de Jeon, queria o ajudar, cuidar dele. Sabia que Jeon amadureceu rápido para idade, queria poder compartilhar momentos com ele e até mesmo levar ele para lugares bonitos, e quem sabe, se não tivesse devastada, algumas regiões da sua terra natal, mas Jimin sabia que tais pensamentos eram frutos da sua mente fantasiosa e sabia que provavelmente aquilo nunca, de fato, poderia acontecer.

Mas Jimin, agradecia secretamente aos deuses por ter sido comprado por Jeon.

Pelo menos Jeon, não o maltratava, não o fazia usar correntes pesadas, fornecia alimentação e vestes limpas. Desde que foi escravizado, fazia muito tempo que não era tratado como tamanha dignidade. Queria poder agradecer Jeon de alguma forma. Mas o que ele, um mero escravo, poderia lhe dar ou proporcionar? Jimin não tinha nenhum recurso financeiro, nenhum bem de valor que pudesse dar como presente para Jeon e aquilo o entristecia um pouco. E mesmo que pudesse lhe dar algo, seria de pouco valor, certamente ele deveria ter muitas concubinas ou pretendentes, e de qualquer forma o que seria um presente adequado para o nível de um imperador?

Seus pensamentos foram interrompidos quando escutou a porta sendo aberta e rapidamente se virou de lado, deitado, virado para o lado oposto da porta.

Jeon Jungkook entrou em silêncio e fechou a porta de forma suave, sem fazer barulho, pensando que Jimin estava dormindo.

O quarto era iluminado por algumas velas e Jeon as apagou, uma por uma, até o quarto estar escuro, a cama banhada levemente pelo brilho fraco e pálido da lua que entrava pela janela da varanda.

Jimin sentia seu coração bater mais rápido e por mais que fosse impossível, temeu que Jeon pudesse escutar os sons das batidas de seu coração e tentou permanecer o mais imóvel possível.

O imperador geralmente dormia sem roupas mas como estava com Jimin na cama, apenas usava uma túnica do quadril para baixo. Seu tronco definido completamente a mostra.

Como a cama era de fato espaçosa, o imperador se sentou na cama e deu uma olhada em Jimin, depois trouxe as suas pernas para cima da cama e logo estava deitado.

Jeon estava deitado de barriga para cima. Ainda não conseguiria dormir. Sua mente estava cheia de pensamentos. Ainda se sentia culpado por ter sugerido que entregassem V praticamente ao rei persa. Não tinha considerado o sentimento do seu melhor amigo e se culpava por isso. Merecia a mágoa de Suga. Sabia que o seu general, jamais o trairia, mas teve medo de não ter mais amizade dele, o considerava até mais que um amigo, Suga era como um irmão para ele.

Império de Sangue - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora