Alguns dígitos de números trocados. Pode não parecer, mas isso pode mudar tudo, principalmente o destinatário que receberá a mensagem.
Lara não tinha a mínima ideia que tinham lhe passado errado o número novo de sua amiga, então salva normalmente o...
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L A R A
Hoje é aniversário de setenta e sete anos da minha avó paterna e ela conseguiu juntar os nove filhos numa casa só e com eles vieram as esposas e os filhos que ambos tem.
É um ninho de cobra.
Aqui você vai encontrar: bebê rescem nascido, as tias que perguntam dos namoradinho, os primos adolescentes que batem punheta, primas que tão no auge do deboche, o tio do humor trincado e piadas horríveis que mesmo assim fazem a gente rir, os que discutem por várias coisas e os mais velhos que falam sobre notícias do jornal.
Eu no caso sou a que fica comendo e mexendo no celular porque já não tem saco pra aturar isso tudo junto.
Abro a porta de um dos quartos só pra ver se não tem ninguém se pegando como tinha da última vez e só me deparo com três bebês dormindo em cima da cama. Típico.
Fecho a porta e quase dou um grito quando vejo o Diego, meu primo, tá no auge dos dezessete anos e eu imagino como tá os hormônios desse garoto. Já passei por essa fase e tenho certeza que no caso dos homens ela é muito pior.
— Que susto, garoto— falo num tom um pouco mais baixo pra não acordar nenhuma criança.
— Foi mal, minha mãe pediu pra eu vim ver meu irmão.
— Tão dormindo como anjinhos.
— Depois que acordam é só Jesus na causa.
— Aiii Diego, onde cê tava, garoto?— a Gisele aparece.
Eu tenho certeza que ela gosta dele.
É minha outra prima, esse tem dezesseis anos e só Deus mesmo pra aturar uma peste dessa.
— Oiee prima— ela sorri pra mim.
— Oi Gisele, tchau Gisele— dou um tchauzinho e me afasto voltando pra aglomeração na parte de fora da casa.
Queria que alguém caísse sem querer na piscina.
— Senta aqui com a gente, filha— minha mãe chama e eu quase saio correndo ao ver todas as mulheres sentadas ali.
Puta merda, isso naaaaaao.
Coço a cabeça e olho em volta, depois olho pro alto pra ver se não tem um meteoro que pode cair na minha cabeça. Infelizmente não tem.
Só me resta ir até lá e me sentar na cadeira vaga entre a minha tia Silvana e a tia Vanessa.
