QUARENTA E CINCO

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L A R A

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L A R A

Estou podre de ressaca, hoje quando acordei totalmente agarrada no Gabriel senti que minha vida havia acabado porque meu corpo, minha cabeça e até a minha mente estavam doloridos, meus pés viraram duas bisnagas e... Estou sem voz.

Tentei me reerguer com um banho que infelizmente não foi milagroso e por isso só pude dar um jeito no meu cabelo que no momento está uma maravilha, diferente de todo o resto, minha cara não se ajeitou nem com maquiagem.

E o que me faz ter mais vontade de me jogar desse carro em movimento é saber que a gente está indo pro Guarujá, lugar esse que nunca fui, mas só de saber que lá estarão os pais do Gabi já faz a minha barriga revirar.

Sabe aquilo que eu disse de achar ruim de só ele conhecer minha família, meu espaço e toda as outras coisas? Esquece, tava tudo maravilhosamente bem, agora eu estou em surto.

Qual é, tinha que ser logo hoje que estou no meu dia menos apresentável? Como irei falar com o pessoal sendo que mal tenho voz? E a minha cara horrível mostrando que eu claramente enfiei o pé na jaca ontem?

Não lembro de muitas coisas, mas percebi que eu sou uma maluca alucinada em trap porque não tá escrito o quanto cantei ontem, fiquei enloquecida e isso explica o motivo da minha voz ter sumido.

— Você tem certeza que a gente precisa ir pra lá?— pergunto pro Gabriel que tá concentrado em dirigir o carro, não sei quanto tempo estamos aqui, mas eu tô enlouquecendo com esse trânsito.

— Não entendi o que você disse— me olha brevemente antes de voltar a concentrar na estrada, mas o sorrisinho debochado me faz perceber que ele entendeu sim.

— Não vou repetir.

— Você não tem voz, não deu pra ouvir.

— Óbvio que eu tenho voz.

— Tá com a voz do Pato Donald.

— Nossa, Gabriel, se manca— cruzo os braços e ele cai na gargalhada como se tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo.

— Tá preparada?

— Pro que?

— A estrada tá livre, a gente tá em um carro esportivo e...

— Juro que se você acelerar o...

Ele acelera a porra do carro.

Eu grito e me seguro no cinto de segurança mesmo sabendo que isso não vai me deixar nada segura e de repente o teto do carro começa a abaixar e o vento quase me leva.

𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora