DEZENOVE

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G A B I

Eu tô morto.

Tô virado, não preguei os olhos e agora estou aqui vendo o sol nascendo enquanto tô deitado na rede.

Porra, viver aqui deve ser muito bom, imagina ver o sol nascendo da varanda do quarto? Sonho de qualquer um, pô.

Eu já sabia que minha vibe era parecida com a da Lara, mas depois que nos conhecemos pessoalmente isso só ficou mais claro.

Soubemos nos divertir de um jeito bom, isso é fato.

Ouço algumas vozes e desço da rede, olhando lá pra baixo e vendo um homem saindo da casa em que entramos ontem, então obviamente é o pai dela.

Pela barriga avantajada percebo que gosta de cerveja, então eu posso chamar ele pra tomar uma, assim evito uma morte.

Ele entra no carro e logo sai, deve estar indo trabalhar enquanto eu tô aqui sem nem ter dormido.

Entro no quarto da Lara e vejo ela largada na cama, já deve estar no terceiro sono, ou mais, depois que a gente tomou banho ela se jogou ali e capotou.

Fecho apenas a cortina e caminho até a cama, mas não acho jeito de me deitar porque digamos que não goste muito de dormir acompanhado. Não mais.

Pô, faz quanto tempo que eu não durmo com alguém? Muitos meses, acho que a última vez foi no meu último relacionamento. Acho algo íntimo demais, ok que rola sexo e as paradas toda, mas dormir junto é algo que vai além.

Melhor não... Volto pra varanda e me deito novamente na rede, tá confortável aqui, não preciso de uma cama.

Passo a mão no meu cabelo e fecho os olhos, é só me concentrar no sono que ele vem.

Vou fazer igual aquele cara da novela que minha mãe assiste e ficar contando carneirinhos pra ver se rola.

Antes que eu comece a contagem, sinto uma mão na minha cabeça e abro os olhos, vendo a Lara com a cara de sono.

— Você não vem dormir?

— Já amanheceu, pô, teu pai até saiu.

— Ele, mas eu não trabalho, vem cá e vamos dormir— estende a mão— vai logo, cara, eu tô caindo de sono.

— Eu ia dormir aqui na rede.

— Vai nada, vem cá logo.

— Chata pra caralho, hein?

— Sim, sou, minha casa minhas regras.

Desço da rede e ela me abraça de lado, apoiando a cabeça no meu braço enquanto caminhamos pra dentro do quarto.

Coço a cabeça e e penso no que estou prestes a fazer. Isso é sério?

Delicada como um coice de cavalo, ela me empurra na cama e nem espera eu me arrumar direito pra deitar por cima de mim e apoiar a cabeça em meu peito.

𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora