TRINTA E UM

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G A B I

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G A B I

Talvez eu esteja agindo de uma forma meio psicopata por estar observando a Lara dormir, mas eu sinto a vontade de fazer isso antes de ir embora.

Já estou pronto, só me falta a coragem de acordá-la e me despedir, a noite e a madrugada pasada foram tensas demais, ela passou mal e eu fiquei extremamente preocupado, talvez devesse deixá-la dormir e ir embora de uma vez.

Porra, mas eu sinto que se fizer isso vou estar sendo um babaca.

Meu celular vibra mais uma vez, sei que é o Fabinho me mandando mensagem para que eu vá logo, só que ele não entende.

Procuro pelo caderno, não acho, talvez ela tenha guardado e eu me levanto, indo até a gaveta da mesinha de cabeceira e abrindo. Ok que isso pode ser invasão de privacidade, mas eu preciso escrever algo lá.

Pego o caderninho com a capa em vários tons de azuis e me sento novamente na cama, folheando até encontrar a última folha que foi usada.

É engraçado saber que eles anotaram várias coisas sobre mim aqui, coisas essas achadas na internet e algumas até estão erradas.

Meu olhar cai na última coisa escrita, a letra é diferente e eu sei que é da Lara, quando leio vejo que são características boas. Fico me perguntando quando ela escreveu isso, talvez foi na hora que voltamos do hospital porque antes disso ela não ficou sozinha sem mim.

Acabo dando um sorriso ao ler, são apenas poucas coisas, mas saber que ela teve essa visão de mim me deixa feliz. Muitas pessoas me distorcem completamente e eu assumo que não faço nada pra mudar isso.

Na outra folha totalmente limpa, começo a escrever algumas coisas que talvez sejam extremamente aleatórias, mas que no momento é a minha vontade de colocá-las no papel. Quando termino de escrever, guardo tudo onde estava e passo a mão no rosto, olhando pra ela que segue dormindo.

No meu celular está marcando que já são onze horas da manhã, eu tenho que ir agora ou vou acabar me ferrando e perdendo o horário.

Estico meu braço, minha mão toca seu braço e eu fecho os olhos quando sinto sua pele quente.

Me aproximo mais, praticamente deitando ao seu lado, no automático aproximo meu rosto do seu e deixo alguns beijos pelo seu rosto.

— Lara, acorda— chamo por ela que nem ao menos se move— ursinha, acorda— balanço um pouco seu corpo. Sei que ela fica brava quando eu a chamo assim.

— Para de me chamar assim— resmunga e vira o rosto, o afundando no travesseiro.

— Não vai me dar um abraço de despedida?— digo e ela rapidamente me olha.

𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora