CINQUENTA

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L A R A

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L A R A

Fecho minha mochila onde coloquei minhas coisas e penso na minha mala que nem deveria ter sido feita e agora está lá no apartamento dele. Eu nem deveria ter vindo com ele.

"Tô confuso, não vai dar mais"foi isso o que ele me disse.

O que não dava pra continuar é isso que estamos tendo, seja o que for.

Não fiquei lá pra ouvir mais nada, não quis, essas poucas frases ditas foram o suficiente pra eu entender que realmente era só um momento.

Momento que acabou de acabar.

Estou puta, não por ter levado um grande pé na bunda, mas pela forma que está sendo.

Ele acha que só ele é uma pessoa traumatizada com relacionamento? Quem não é hoje em dia, né? Só não acho certo isso de me trazer pra cá e simplesmente ter feito desse jeito.

No fundo eu já sabia que isso ia acabar acontecendo, foi uma forma de me preparar pra isso, mas não adiantou de nada porque eu tô sentindo uma certa dorzinha.

Pelo que eu entendi, ele tá sentindo algo a mais por mim e com medo disso crescer ainda mais, decidiu acabar tudo o que rolava entre a gente porque tem medo.

Ele disse que o namoro passado terminou de uma forma horrível e por ter tido várias idas e voltas fez com que ele criasse uma barreira e não tivesse mais nada muito sério com ninguém.

É fácil assim, é fácil fugir, ligar o foda-se e seguir a vida. Não sou a primeira e certamente não serei a última com quem ele fará isso.

E agora eu faço o que? Não sei nem como sair desse lugar, talvez eu deva pegar um carro e ir até São Paulo, de lá pegar um voo pro Rio de Janeiro e voltar pra arraial de carro. Um puta rolê, vai ser muito demorado e isso me deixa cheia de ódio porque estou longe de casa, em um lugar onde não conheço nada.

Aquele filho da mãe me tirou de casa, poderia muito bem ter se afastado quando eu pedi por já estar com medo do final, mas não, me convenceu a vir com ele.

Desgraça de vida, que ódio de tudo, dele, de mim, de ser tão idiota, de viver!

A porta do quarto se abre, não olho pra lá porque tô cheia de ódio e é bem capaz de jogar o celular da minha mão bem na testa dele.

— Amanhã te levo pra São Paulo— diz,  pelo tom de voz percebo que ele está de baixa guarda— suas coisas estão no meu apartamento.

Ignoro a existência dele, se eu falar algo vou acabar chorando e não quero derrubar mais nenhuma lágrima.

Não tem que doer, não tínhamos nada concreto, éramos só duas pessoas se pegando sem compromisso e agora fugindo por estarem sentindo algo a mais.

𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora