VINTE E TRÊS

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L A R A

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L A R A

Eu nunca mais bebo!

Quando o álcool entra no meu corpo eu perco a total consequência dos meus atos e fico inconsequente, não penso no depois, somente no momento.

Incrível que nesses últimos dois dias eu vivi mais coisas do que em todo os anos de vida, e olha que eu já aprontei horrores.

Acordei atordoada, com a cabeça pesada, NUA, dolorida e com a cara toda amassada.

Qual é, eu tenho que parar de fazer coisas que irei me arrepender quando for uma velhinha conservadora, como eu vou julgar os mais novos sendo que eu estou sendo assim agora? Vou ter que ser hipócrita igual a minha avó que teve nove filhos e julga os jovens de hoje em dia que segundo ela são malucos.

Ela pariu nove crianças de uma maneira duvidosa porque nem ia pra hospital na época e critica quem fuma maconha, vai entender.

A real é que eu tô desesperada porque o Gabriel já não está mais no quarto, eu não faço a mínima ideia de onde está a minha bolsa, meu salto e... Isso aqui no meu pescoço é uma marca de chupão?

Não, eu vou matar aquele cara, como ele teve a coragem de deixar uma marca horrível dessa? Chupão no pescoço é demais pra mim, não vai dar.

Jogo uma água na minha cara, passo enxaguante bucal e visto meu vestido que tá magicamente seco, ontem fui jogada na piscina e fiquei encharcada.

Não só por causa da água...

Faço um coque no meu cabelo e saio do banheiro, ficando puta pelo Gabriel não ter aparecido ainda por aqui.

Caminho até a sacada e olho lá pra baixo, vendo uns caras sentados na cadeira e entre eles está o Gabriel que parece perceber minha presença sei lá como porque olha aqui pra cima e da um maldito sorriso que me deixa extremamente puta.

Odeio quem acorda já amando a vida, eu só consigo viver normalmente depois de tomar um café digno. Talvez seja culpa do meu signo. Uma taurina ama comer.

Mostro o dedo do meio pra ele e me afasto, entrando novamente no quarto e procurando minha bolsa, se alguém pegou eu estou extremamente fodida porque meu celular está lá.

Eu não ia nem vir pra essa festa, só que a Lavínia ficou me enchendo o saco e se juntou com o Igor na missão de me trazer pra cá. Deu certo e quem se fodeu foi eu, literalmente.

Com a esperança de que minha bolsa esteja lá embaixo, saio do quarto andando meio manca e fico pensando em apenas esfregar a cara do Gabriel no chão. Ele merece.

𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora