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POV Marília

2 dias se passaram desde que Maiara esteve em minha casa. Conversei com Paloma (proprietária do apartamento ao lado) e ela concordou de bom grado em aluga-lo para Maiara quando a indiquei Fiquei mais feliz ainda em saber que a antiga moradora tinha finalmente se mudado e a ruiva poderia se mudar em qualquer dia da semana que vem.
Estou preparando o jantar quando maraisa passa pela porta com um sorriso largo no rosto.

- parece que o dia de alguém foi bom hoje. - dou um sorriso para ela quando a mesma joga sua bolsa no sofá e se senta no balcão da cozinha perto de mim.

- acho que estou apaixonada, Luisa é incrível. - ela tem um tom doce ao pronunciar o nome de sua colega de trabalho. As duas se conheceram na faculdade e deram a sorte de trabalharem juntas, começaram como amigas e desenvolveram uma grande feição uma pela outra muito rápido, apenas de apenas a pouco tempo mara de fato se declarar para loira

- eu tenho certeza que está, sabe, vocês combinam. Ela é uma mulher incrivel e você não fica por menos, ela parece gostar bastante de você também. - refogo algumas coisas na panela enquanto maraisa troca mensagens no celular.

- eu sei que você não gosta muito de ficar sozinha, mas se importa se eu passar mais que um dia da semana fora de casa? - ela me olha com um olhar de cachorro que caiu da mudança.

- e onde a senhorita pretende passar suas noites, hum? -lhe lanço um olhar malicioso já sabendo sua resposta.

-luisa me convidou para dormir na casa dela no final de semana, no pique em que as coisas estão indo duvido muito que eu vá dormir apenas no final de semana lá. Só queria saber se tudo bem para você.

- claro que tudo bem, mara. Jamais vou atrasar o seu lado com a sua garota. Aliás, tenho boas novas. - desligo o fogão e pego um copo de chá me sentando de frente para ela no balcão.

- mai vai se mudar para o apartamento da Paloma.
Mara me olha com os olhos arregalados e um sorriso surge em seu rosto.

- é mesmo? Você conseguiu que ela alugasse para Maiara? Isso é incrível, Marília. Nem acredito que Maiara vai finalmente se livrar daquele inferno, ela estava tão abatida nos últimos dias.

- sim, ela vai, E o melhor, poderá se mudar na semana que vem. Eu ainda não contei mas pretendo levar as chaves para ela amanhã. Quem sabe ela já aproveita o final de semana para encaixotar suas coisas. - um sorriso bambeia em meus lábios.

- você está sorrindo. Está bobinha por ela, Mendonça. - maraisa me cutuca e eu balanço a cabeça em negação. Eu não estava gostando da Maiara assim, não mesmo. Eu apenas gostava de passar tempo com ela, conversar com ela, cuidar dela e fazer tudo ao meu alcance para colocar um sorriso em seu rosto.

- Carla, pelo amor de Deus. Ela é só minha amiga. Estamos apenas estreitando laços já que ela será nossa futura vizinha. Veja pelo lado bom, não ficarei mais tão sozinha. - balanço meu copo de chá de um lado para o outro ficando imensamente feliz com a ideia de que veria Maiara também depois do expediente de trabalho.

(Quebra de tempo, dia seguinte)

POV Marília

Chego na escola um pouco mais atrasada de costume, o trânsito horrível e ter acordado um pouco mais tarde contribuiu para isso. Não consegui falar com Maiara de manhã, apenas trocamos um aceno rápido enquanto ela leva suas crianças para pegar sol.

Decido que é melhor conversar com ela no almoço e tento me distrair ao máximo para que a hora passe, a vontade de simplesmente arrasta-la para algum canto e dizer que ela pode se mudar o quanto antes é desesperadora.

Quando finalmente a hora do almoço chega, me contenho em esperar que ela termine de almoçar antes de intercepta-la na mesa.

- oi mai, pode falar comigo um minuto? - pergunto tocando em seu ombro quando tenho certeza que ela acabou sua comida,

- claro, quer se sentar? - ela pergunta me dando
espaço no banco.

- na verdade você pode vir comigo? Queria conversar em um lugar mais sossegado. - digo e me afasto um pouco dela para lhe dar espaço para se levantar.

- claro, vamos lá. - ela então começa a me seguir e vou em direção ao banheiro das crianças que naquele horário está com certeza vazio.
Assim que entramos, tranco a porta atrás de mim
e Maiara se encosta na pia me olhando curiosa.

- então, só queria te dizer que você é minha vizinha agora. - digo estendendo a mão para ela onde eu segurava a chave do apartamento entre os dedos.

Seus olhos se arregalam e sua boca se abre levemente enquanto ela parece processar a informação em sua cabeça. Quando finalmente a ficha cai, ela não pega a chave da minha mão. Seu corpo se choca com o meu de forma tão rápida que quase nem tenho tempo de raciocinar. Apenas a aperto rapidamente contra mim, sentindo o cheiro de seu perfume e me perdendo na forma perfeita como nos encaixamos. O corpo dela levemente menor que o meu se acomoda muito bem entre meus braços como se ela tivesse sido feita para ficar entre eles.

- não acredito, muito obrigada! - ela fala meio abafado enquanto ainda está grudada comigo. Permito que ela fique ali o tempo que julgar necessário, ignorando as batidas rápidas e felizes que meu coração da ao senti-la tão perto de mim.

- você só precisa assinar os papéis e pode se mudar qualquer dia da semana que vem. - quando ela afasta mínimamente o corpo do meu, nossos olhares se encontram. Estamos tão próximas, seu rosto de traços marcantes, a boca bem desenhada. A pele sem nenhuma maquiagem mas igualmente perfeita. Os olhos levemente escuros embaixo, sinal de que talvez ela não tenha dormido bem ultimamente o que me faz ter vontade de balança-la em meus braços até que ela esteja segura em um sono profundo e relaxante. Que sensação era aquela?

- é sério? Posso me mudar assim rápido? - seus olhos brilham em excitação, fico feliz que ela esteja tão ansiosa.

- muito sério, posso te ajudar com a mudança assim que chegar lá. - continuo com meus braços ao redor dela apesar de agora estarmos com o rosto um na frente do outro.
Ela me encara por alguns segundos, o olhar alternando entre meus olhos e boca. Penso que ela vai falar alguma coisa mas apenas volta para a posição anterior escondendo o rosto na curva do meu pescoço. Afago suas costas num gesto de carinho não sentindo vontade de solta-la mais.
Quando finalmente nos separamos, mais devagar do que o normal, um silêncio quase estranho se instala entre nós.

- me desculpe por ter te abraçado desse jeito, é que essa notícia é tão boa. Gostaria de me mudar amanhã mesmo se pudesse. Eu fiquei muito feliz, mari. - ela junta as mãos e as coloca embaixo do queixo como uma criança que esta envergonhada. As bochechas levemente coradas.

- não imagina o quanto eu fico feliz por saber disso, Maiara. Você terá muita paz no seu novo lar, espero que se sinta realizada lá. Eu e maraisa estaremos sempre a disposição para ajudar você. - digo enquanto estico minha mão e acaricio sua bochecha com meu dedão, quase uma necessidade tocar nela de novo.

- você é um anjo... - suas palavras são baixas e sua cabeça também se abaixa. Ela não tem coragem de me encarar mas suas palavras inflam meu peito. Era exatamente isso que eu queria ser para ela, um anjo. Uma protetora que a guardaria de todo mal que alguém pudesse causar a ela.
Maiara era uma mulher extremamente forte dadas as circunstâncias que vivia e tudo que passou, porém sua aparência era de extrema fragilidade, a forma como ela se encolhia por vezes quando tinha receio de algo me fazia a olhar com um peso no coração assim que a conheci. Não tinhamos intimidade o suficiente no começo para que eu fizesse algo e não sei dizer como a adquirimos tão rápido. A mais nova ultrapassando tantas barreiras que coloquei dentro de mim e me fazendo olha-la com outros olhos.

Naquele momento me repreendi incontáveis vezes por encarar seu rosto e desejar seus lábios, desejar ter um contato ainda mais profundo com ela. O que estava acontecendo comigo? A anos ninguém me despertava tal sensação.

Me despedi dela com um beijo cauteloso na bochecha lhe dando um olhar cúmplice antes de deixar o banheiro com ela atrás de mim. Volto muito mais feliz para casa ao final daquele dia. Paro em frente a minha porta e olho para a porta ao lado imaginando que dali alguns dias
alguma decoração fofinha que era a cara de Maiara-estaria adornando a porta e sorriu sozinha com o pensamento.

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Minha Pequena Cor De MelOnde histórias criam vida. Descubra agora