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Marília

A manhã se arrastou vagarosamente enquanto eu pegava meu carro e fazia o caminho que já estava quase desacostumada a fazer. Chego na escola e quando o dia de fato começa meus pequenos alunos estão animados ao me ver de novo. As crianças me rodeiam e abraçam minhas pernas e eu fico feliz por estar de volta. Cuidar é o que me completa, me faz feliz, descubro mais isso a cada dia que passo ao lado de Maiara
Ah, minha linda ruiva. Assim que vejo as inúmeras crianças me lembro dela de imediato por milhões de motivos. Sair da casa e de seu lado hoje foi ainda mais difícil por não poder trazer ela comigo.
Me distraio da melhor forma possível tentando não focar no relógio mas quando vejo 12:00 marcado nele eu pego minha bolsa e vou para o carro em uma velocidade muito maior do que de costume. Tenho pressa, alguém me espera em casa.
Ainda assim dirijo com cuidado entre as ruas, parando no semáforo e ajeitando o cinto de segurança sobre meu peito sentindo levemente uma fisgada nos seios, isso me faz rir quando o pensamento de que eles também sentem falta de Maiara vem a minha mente. A essa altura do dia se eu estivesse em casa ela já teria me feito de chupeta por pelo menos umas 5 vezes.
Assim que entro no elevador meu coração se acelera, mesmo que ela tenha me mandando uma mensagem quando acordou fico preocupada se está bem

Coloco a  a chave na maçaneta e assim que giro e abro a mesma olho diretamente para o sofa onde Maiara está deitada, assim que ela se dá conta da minha presença vem em passos rápidos até mim e é questão de segundos para que ela esteja grudada em meu corpo num abraço extremamente apertado e cheio de saudade. Passo as mãos por trás de suas coxas e a dou um impulso para que rodeie as pernas na minha cintura e assim ela faz, agora tenho a pequena em meu colo e beijo seu rosto carregando-a para dentro.

Caminho até o balcão da cozinha deixando seu corpo sobre ele e me coloco entre suas pernas tentando ter algum contato visual com ela que se recusa a se separar de mim.

- deixa a Lila ver você, amor. - não sabia ao certo se era a Maiara pequena ou grande que estava all, mas quando encontrei seus olhos castanhos consegui ver pequenas lágrimas se formando.

-balala com muita saudade da Mommy! - ela fala segurando minha blusa com força me impedindo de sair dali. Cheiro seu pescoço e seu perfume me invade, a sensação arrebatadora de ter ela nos meus braços de novo.
eu também estava, meu bebê. Pensei em você a manhã toda!-resmungo para ela que sorri enquanto trocamos olhares. Explico que preciso esquentar nosso almoço e ela acena positivamente com a cabeça enquanto continua no balcão observando meus movimentos.

Ela se prontifica a arrumar a mesa em uma felicidade saltitante, é impossivel não ficar ainda mais feliz ao chegar em casa agora.

Nos sentamos juntas para comer e faço questão de alimenta-la para aproveitar aquele momento perto dela. Quando tudo está devidamente limpo ela não me dá opção de escolha, segura minha mão e me puxa para o sofa me fazendo sentar e imediatamente se aninha em meu colo. Eu a seguro prontamente, acariciando seus cabelos enquanto faço um leve cafuné

- como foi a sua manha? - pergunto.

- não foi legal, balala não tinha Mommy aqui e sentiu saudade. - ela fez um biquinho enquanto me olhava. - mas eu assisti um montãono de desenho.- ela fala alongando a palavra com aquela voz de criança tão fofa que me derretia na hora e sarri beijando a pontinha de seu nariz.

- eu estou muito orgulhosa de você que tenha ficado aqui e que esteja inteira ainda!-solto uma gargalhada e ela ri também enquanto esfrega a cabeça em meu peito, dando uma resmungadinha quase inaudivel, - parece que temos um filhotinho aqui, seria um gatinho? - falo enquanto levo minha mão para sua barriga e faço um carinho com os dedos fazendo Maiara se contorcer e rir.

-para mommy! Bebê não gosta de co-cosquinha - ela se engasga entre as risadas que solta e aí que percebo que realmente não posso fazer isso, ela acabou de comer e não quero que passe mal então eu paro apenas envolvendo ela ainda mais dentro do meu abraço e beijando sua bochecha que está acessível a mim.

Minha Pequena Cor De MelOnde histórias criam vida. Descubra agora