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Pov Marília

Perdi as contas de quantas vezes me remexi na cama naquele restante de madrugada pensando na ruiva. As visitas no hospital começavam as 10:00 e as 9:30 eu estava sentada na sala de espera para ter certeza de que ficaria cada minuto que me fosse possível com Maiara assim que pudesse vê-la.

Quando me aproximo do quarto o ambiente está bem mais claro, não demora para eu perceba marcas arroxeadas em seu rosto que não vi na visita passada.

Meu peito aperta quando meu coração bate rápido dentro dele assim que eu adentro a porta daquele quarto de novo. Maiara ainda está adormecida, envolvendo protetoramente o bichinho de pelúcia que trouxe para ela entre seus braços. A cena me faz dar um sorriso enquanto me aproximo silenciosamente da cama e afago seus cabelos em um carinho leve. Ela se remexe se espreguiçando com um pouco de dificuldade. Quando seus olhos se abrem e ela pisca diversas vezes antes de focar sua visão em mim, the dou meu melhor sorriso ao poder contemplar mais uma vez aquelas iris castanhas que estavam repletas de medo e confusão naquele momento.

Será que ela me reconhecia?

O medo me tomou por um momento levando meu sorriso embora assim que ela me olhou desconfiada por alguns segundos.

- lila? - a voz baixinha encheu meus ouvidos. Lila? Ela nunca tinha me chamado assim, mas eu tinha gostado do apelido.

-oi, mai. Sou eu, como você se sente? - me aproximo um pouco mais dela podendo encara-la melhor para que ela realmente visse que era eu. Seus olhos me analisam e ela abre um sorriso fraco esticando a mão que não segura seu bichinho de pelúcia em minha direção.

Ela toca meu rosto e faz um leve carinho, fecho os olhos por um momento me deixando acalmar depois de toda aquela angústia finalmente percebendo que ela estava ali, viva e
aparentemente "bem" Seguro sua mão com a minha e dou um beijo na mesma, ela observa cada movimento.

- meu corpo dói. Meu pé está quebrado? Eu cai da escada, não foi? - ela olha para baixo tentando procurar respostas.

- você machucou o tornozelo e sim, você caiu da escada. Eu não quero te encher de perguntas agora por que você precisa descansar mas vou querer saber mais tarde o que houve - continuo fazendo carinho em seus cabelos, ela pisca devagarinho como um gatinho manhoso.

- eu vou ter que ficar muitos dias aqui? - angústia total em sua voz.

- não sei ao certo, Mai. Temos que esperar o médico chegar para saber. Mas assim que saír você vai precisar de alguém para tomar conta de você pelo menos nos primeiros dias e eu espero que não se importe mas eu vou ficar com você. - olho no fundo de seus olhos e falo tudo calmamente para ter certeza de que ela me entende.

- você vai cuidar de mim? - seus olhos de repente estão brilhantes, ela vai chorar?

- vou, até que fique um pouco melhor. Eu adiantei uma semana de férias e vou ficar com você assim que sair do hospital. Maraisa também vai fazer isso, mas ficará na próxima semana quando eu tiver que voltar ao trabalho. E creio que nas semanas seguintes você consiga se virar melhor sozinha, mas daremos um jeito nisso mais tarde. -dou toda segurança possível para ela para que saiba que não ficará sozinha nem terá que voltar para casa do pai ou coisa parecida para ser cuidada, última coisa que eu acho que eles realmente fariam depois de tentar praticamente matar Maiara

Apenas o pensamento faz meu corpo gelar, mas afasto isso da mente quando ouço a voz da morena de novo.

-deita aqui comigo? - a pergunta vem sem muitos rodeios.

- eu não sei se posso deitar aí com você. - a cama não era grande e eu estava pronta para levar um esporro das infermeiras mas aquilo não me importou quando vi seus olhos marejados me pedindo "por favor, só um pouquinho." E entendi que naquele momento ela estava frágil demais. Mais uma vez ela precisava de mim.

Minha Pequena Cor De MelOnde histórias criam vida. Descubra agora