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Marília

Acordar ao lado de Maiara naquela manhã foi diferente, ela parecia ainda mais minha.
Me espreguicei na cama enquanto ela ainda dormia, de costas, totalmente sem roupa me deixando apreciar aquele
monumento que ela chamava de corpo. As lembranças de horas atrás me invadindo e um sorriso bobo toma conta de mim.

Levo minha mão até seus ombros e faço um carinho ali, percorrendo um caminho invisível com a ponta dos dedos por suas costas na intenção de acorda-la.
Quase funcionou, mas a menor apenas resmungou e virou o corpo de frente para mim puxando a coberta até cobrir sua cabeça.

- ei preguicinha, hora de acordar... puxo o suficiente do tecido fofo para conseguir alcançar seu rosto e deixar vários beijos ali.

- não, não quero.com a voz mais manhosa que conseguiu ela jogou o braço em cima de mim se aninhando no meu peito para tentar dormir de novo. Tive que apelar para as cócegas quando todo o resto falhou.

- já dormimos o suficiente, baby; e daqui a pouco vamos para casa. - aviso separando meu corpo do dela e saindo da cama.

Quando estamos de banho tomado e vestidas, dou os últimos retoques na trança que fiz nos cabelos longos da ruiva e vamos para a cozinha onde o restante do pessoal está tomando café, Conversamos e comemos antes de ajeitar tudo e ir embora, somente eu e Maiara já que maraisa passaria o restante do dia na casa de Luísa

-tudo bem se passarmos no mercado antes de ir para casa? -pergunto colocando minha mão sobre a coxa exposta de Maiara que está sentada no banco do passageiro.

- por mim tudo bem. - ela sorri quando me olha, colocando a própria mão em cima da minha e brincando com meus anéis.

- como se sente, tudo bem? Feliz que estamos voltando para casa?

- sim, muito, não vejo a hora de chegarmos. trocamos algumas palavras antes de chegar ao supermercado e caminho com Maiara ao meu lado pelos corredores compridos.
Quando passamos em frente a uma prateleira repleta de ursinho de pelúcia os olhos da morena brilham em minha direção.

- Mommy... - ela fala baixinho, chamando minha atenção ao apontar para uma Dory de pelúcia. O simpático peixinho azul que até eu gostava

- você gostou desse, baby? - ela acena positivamente com a cabeça para mim sorrindo enquanto aperta a pelúcia que já está entre seus braços. - então vamos levar. - falo e ela da pulinhos no meio do corredor vazio e eu não posso conter a vontade de puxa-la e abraça-la contra mim. Seu cheirinho gostoso me invadindo, nem nos importamos com a demonstração de afeto no meio do supermercado. Caminhamos mais algum tempo entre os corredores até que eu pegasse tudo da lista de compras e em um determinado momento ouço alguém chamar pelo nome da Maiara e na mesma hora ela leva uma das mãos até minha blusa me segurando com força.

-amor, tudo bem? O que houve? - Pergunto vendo o pânico se instalar em Maiara que perde a cor do rosto facilmente, olho para trás e vejo que um homem de idade média se aproxima e logo atrás dele uma mulher.

- vamos embora, lila. - ela pede com a voz trémula e eu fico sem ação por um momento, tempo suficiente para que o casal esteja parado atrás de nós e o homem se aproxima ainda mais de Maiara

- o que está fazendo aquí? Quem é essa? - sua voz grossa faz Maiara se encolher ao meu lado e sinto vontade de pegá-la no colo e sair dali o mais rápido possível. Com certeza deve ser o pai dela.

- não é da sua conta, me deixa em paz! - sua voz tremula faz meu peito apertar e o homem olha em completa fúria para ela, esticando a mão e agarrando seu braço. No momento me enfio na frente dela empurrando a mão dele dali com toda força.

- o que pensa que está fazendo?-ódio tomando conta de mim quando o desgraçado ousa tocar em Maiara daquele jeito.

-quem é você? - ele cospe as palavras em minha direção e a ruiva continua agarrada em minha roupa.

-alguém que você nunca mais vai querer ver se chegar perto da Maiara de novo. - enfrento o cara que tem o dobro do meu tamanho, mas seria capaz de matar para proteger a garota atrás de mim. Vejo que a mulher que está com ele segura seu braço e o puxa falando algo em seu ouvido, então o segurança do supermercado se aproxima ao ver o tumulto e eles dão alguns passos na direção oposta se
afastando de nós até sumirem pelo corredor.
Quando me viro para Maiara seus olhos estão cheios de
lágrimas e ela está prestes a chorar. Se agarra a mim e eu a
abraço com toda força.

-nás já vamos para casa, vem.-falo me separando dela e segurando sua mão até que estejamos fora do Supermercado e dentro do carro de novo. Ela está o tempo todo agarrada a pelúcia recém comprada e assim que sento no banco ao seu lado ela desabada em um choro sentido. Puxo ela para perto de mim de forma desajeitada pela posição que estarmos mas tento apenas mantê-la perto e lhe passar um pouco de segurança naquele momento.

- eu odeio ele, lila. Odeio ele. - ela repetia as palavras enquanto eu acariciava suas costas na tentativa de acabar com aquele choro que me destruía por dentro.

- está tudo bem, amor. Vamos para casa. - me separo dela e ligo o carro querendo mais do que nunca chegar logo ao meu destino.

Quando chegamos, deixo todas as compras em cima da mesa e vou atrás de Maiara que vai direto para o meu quarto e se encolhe na cama junto com sua pelúcia. Quase não consigo acreditar que toda felicidade que ela estava sentindo de manhã conseguiu ser sugada por aquele verme asqueroso em poucos minutos.

Me deito na cama ao lado dela e abraço seu corpo por trás, ficamos assim por alguns minutos até que os soluços se tornam pequenas fungadinhas e ela se vira para mim.

- eu não vou deixar ele te fazer mal algum, meu anjo. - abraço seu corpo e ela me aperta contra si.

-Mommy, segura balala no colinho como você sempre faz. ela pede e então eu me ajeito na cama, sentando e puxando ela para meu colo. Maiara se aninha em meu peito e eu balanço seu corpo bem devagar enquanto acaricio seu rosto com a ponta dos dedos.

- quer sua chupeta? - pergunto vendo que agora ela esta completamente em seu pequeno espaço de novo.

-balala quer tete. - ela esfrega o rosto em meu peito e então
rapidamente eu abaixo um dos lados da blusa deixando que ela se agarre em mim logo em seguida. A boquinha trémula em meu seio dolorido parece faminta enquanto suga rapidamente.

Maiara passa a próxima hora assim e se recusa a me deixar sair, entrelaça seus dedos nos meus e já começo a sentir uma leve dor nas costas pelo tempo passado na mesma posição. Ela nunca precisou de tanto tempo no peito como hoje, o episódio no supermercado a deixou extremamente abalada. A única coisa que me conforta em meio a cena que quebra meu coração é que estou aqui agora e posso ser seu porto seguro, incapaz de acreditar na forma como o próprio pai seria capaz de machucar um ser tão precioso quanto Maiara.

Não posso pensar muito, a raiva toma conta de mim e a vontade de fazer uma besteira é enorme mas não posso ser imprudente, nada pode me afastar da minha pequena ruiva tão necessitada de mim.
Então apenas respiro fundo e tento a todo custo afastar os pensamentos ruins me concentrando apenas na figura adormecida em meus braços.

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Minha Pequena Cor De MelOnde histórias criam vida. Descubra agora