— Mãe, estou indo dormir. — Léo me chamou e sorriu, veio em minha direção e beijou meu rosto. — Boa noite.
— Boa noite, meu amor. — Passei a mão pelo cabelo dele sorrindo. — Tenha bons sonhos.
Ele colocou a chupeta na boca e seguiu em direção ao corredor, indo até o quarto.
— Espero minha história da noite ansiosamente. — Falou a última palavra com dificuldade, sorri quando ele ficou na ponta dos pés para girar a maçaneta, ao fazer entrou no quarto.
Tinha aproveitado um dia de sol no parque de Seattle com Léo e Maraisa. Aproveitamos o tempo bom e fizemos um belo piquenique, como meu garoto tinha planejado.
— Ele tem meus olhos. — Maraisa afirmou e se serviu com vinho.
— Não, ele tem meu físico e sua personalidade, já conversamos sobre isso. — Peguei outra taça.
— Não é possível, ele tem que ter algo parecido comigo. — Maraisa mordeu o lábio inferior, neguei com a cabeça e quase gritei.
— Maraisa! — A morena começou a rir.
— É igual, não é mesmo? — Ela perguntou com a voz baixa.
— Não me lembro como é.
Desde que Maraisa chegou naquela noite, conversamos sobre nossa vida. Ela tinha aceitado o fato que não me tinha mais, mas não aceitou ficar longe de Léo, e eu como mãe não tirei o direito dela, seria injusta com eles se fizesse.
Tanto eu como Maraisa tínhamos acompanhado cada passo de Léo, cada palavra nova, cada dentinho que nascia, cada movimento novo, acompanhamos tudo juntas. Maraisa era a melhor mãe para Léo e isso me deixava realizada e feliz.
Enquanto nossa relação não passou de uma amizade, posso dizer que flertamos de vez em quando, mas não passamos disso, Maraisa entende meu espaço sabendo que se ela tentar algo, irá sair da vida de Léo e principalmente da minha.
— Sei, sei. — Maraisa se aproximou e pegou o celular dela. — Conheci alguém.
— Outra mulher? Já é a terceira só esse mês. — A olhei.
— Dessa vez não é uma mulher. — Mostrou a foto de um homem, ele era careca e tinha um cavanhaque e os dentes amarelados.
— Não, definitivamente não! — Bebi um pouco do vinho analisando outras fotos.
— Ele é inteligente, engenheiro, me tratou bem e é bissexual.
— Tá explicado porque aceitou a sair com você. — Pensei por um tempo. — Isso é horrível em minha mente.
— Não acredito que está pensando nisso. — Começou a rir.
— Sim, eu estou. — Deixei a taça de lado. — E não quero que meu filho tenha o projeto do Drake como padrasto, ok? — Ela suspirou pesadamente guardando o celular.
— Não gosta de nenhum dos meus encontros.
— Eu gosto da Rose. — Falei de forma simples dando de ombros.
— Rose é uma velha de sessenta anos que procura companhia para não ficar sozinha.
— Ela faria bolos para o Léo no final da tarde. — Maraisa me olhou.
— Marília, tenho quase trinta anos e você está com quarenta, devemos achar alguém além de nós para cuidar de Léo.
— Para de se preocupar com o futuro, sim? — Fui até a pia e lavei a pequena louça.
— Só estou pensando em nosso filho. — Senti Maraisa colidir seu corpo contra o meu e me abraçar por trás.
— Eu sei que sim. — Virei pra outra e fitei seus olhos. — Mas eu não me vejo com ninguém.
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Indomável Desejo | Malila.
Fiksi PenggemarMarília Mendonça, esse é o nome que carrego hoje com meus trinta e sete anos, aprendi desde cedo que a vida não é e passa bem longe de ser fácil. Quando completei dezoito anos dediquei minha vida para minha filha Mariane após ser expulsa da casa do...