Você não pode ser tão egoísta!

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Quatro, cinco, seis... sete.

Batidas na porta.

Quem poderia ser uma hora dessas logo pela manhã. Maraisa levantou bufando e contrariada para abrir a porta.

— Não precisa derrubar a porta. — Gritou ao ouvir mais uma batida. — Quem é?

E quando abriu viu que era Marília, Maraisa ficou surpresa ao ver a loira na porta de sua casa. Ela não estava esperando ninguém naquele momento, muito menos Marília.

— Oi, tudo bem? — Perguntou surpresa. — O que você está fazendo aqui?

— Está sozinha? — Marília mexia em sua aliança nervosa, Maraisa acenou com a cabeça em concordância vendo a loira adentrar no apartamento.

— Por que está tão nervosa?

— Murilo… Murilo sabe de nós, alguém tirou fotos dos nossos momentos e bom. — A morena trancou a porta.

— Ele acabará com tudo?

— Não sei, eu realmente não sei oque ele é capaz de fazer. — Disse com uma inquietação dentro de si. — Mas ele disse que irá pedir o divórcio assim que você e Mariane se casarem.

— Ótimo.

— Ótimo!? — Marília questionou. — Sua tranquilidade está me assustando, Maraisa.

— Se ele não irá acabar com o meu relacionamento eu não me importo com o seu. — Deu de ombros e foi até a cozinha, assim que chegou na mesma pegou um cigarro para acender.

— Não acredito… minha vida será destruída se o meu casamento acabar, minha reputação para os outros acabará.

— Já te disseram que liga demais para a opinião da mídia? — Maraisa começou a fumar, se serviu com um copo de whisky antes de se sentar em uma poltrona. — Fique tranquila, trepa com seu marido até ele esquecer isso e tudo voltará ao normal.

— Não fale como se nós não tivesse se envolvido. — Marília encostou seu corpo no balcão para não cair, estava nervosa e podia jurar que a qualquer momento iria desmaiar.— Então é isso? Você usa meu corpo, faz coisas absurdas comigo e quando a casa cai foge e deixa e responsabilidade toda pra mim!?

Marília tentava acalmar os nervos, mas Maraisa continuava fumando e bebendo seu whisky. Em seguida, ela decide falar algo para o alívio de Marília, ou desespero.

— Minha vida já é complicada o suficiente, Marília. Não posso arcar com o peso da sua também.

— Você não pode ser tão egoísta!

— Não posso? — Maraisa replicou, com ironia no tom de voz. — Você quem não deveria ser tão ingênua, Marília. Era claro que isso poderia acontecer.

— Mas eu confiei em você!

— Não deveria ter feito isso. — Suspirou deixando a bebida de lado. — Cedeu para o seu desejo porque quis, deixamos claro desde o início que era apenas sexo, uma pena que tenha que acabar assim.

— Também sinto.

— Eu me envolvi nessa confusão toda somente para satisfazer meus próprios desejos, Marília. Nada além disso

— Bom, eu não vim aqui para falar sobre isso. — Olhou a morena. — Estou com medo da minha filha descobrir algo, ela nunca me perdoaria e nossa família seria destruída, mais do que já está. — Marília sentiu seus olhos marejados. — Eu só queria acordar desse pesadelo.

— Marília. — Maraisa caminhou até a mais velha com calma. — Daqui quatro meses irei me casar com sua filha e tudo ficará bem, Murilo com o tempo vai perceber que foi um erro nosso e que nunca mais iremos nos envolver.

Indomável Desejo | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora