A gente estaria bem.

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— Já está na minha casa tem duas semanas, quando irá embora? — Maiara questionou.

— Quando minhas situação em São Paulo melhorar. — Maraisa já com a cerveja em mãos sentou no sofá ao lado da ruiva que tinha sua atenção no celular.

— Até agora não entendi o motivo de ficar aqui dias e dias. — Jogou seu celular para o lado pegando a cerveja da mão da morena, assim que fez jogou suas pernas no colo da mesma se aconchegando no braço do sofá.

— Já te falei que não posso falar o motivo. — Maraisa fitou o teto. — É muito pessoal.

— Mas eu sou sua irmã.

— De consideração.

— Fomos criadas na mesma casa e crescemos juntas, somos irmãs sim. — Maiara disse nervosa. — Você sempre me defendeu e esteve comigo.

— Tá bom, tá bom. — Maraisa revirou os olhos. — Almira está bem?

— Ela está sim, ainda toma remédios e tem pesadelos desde que tudo aconteceu. — A ruiva deu um gole na cerveja gelada. — Mas está indo bem, deveria visitar ela.

— Sabe que ela não quer me ver desde que ele partiu, ela começou a me odiar depois de tudo.

— Mas sabe que a culpa não foi sua.

— Se eu não tivesse insistindo pra ele comprar um carrinho pra mim aquela noite ele estaria bem, a gente estaria bem.

— Você não sabe.

— Estou indo tomar um banho, irá pedir uma pizza? — Levantou tirando os pés da outra do seu colo.

— Sim, não vou cozinhar hoje.

Maraisa nada disse e foi até o quarto que estava dormindo esses últimos dias, pegou a toalha que estava pendurada no cabide e entrou no banheiro, tirou a roupa que estava e tomou um longo banho, ao terminar deitou na cama suspirando pesadamente. 

Flash back on.

Maraisa andava de um lado para o outro ansiosa com o presente que ia receber do seu pai,Maiara a olhava emburrada e não aceitava que não iria receber outro presente de natal.

— Você já ganhou duas Barbies e uma casa da Polly. — Maraisa deu a língua pra menina que tinha os braços cruzados.

— Mas eu também queria um carrinho rosa.

— Você é muito, muito… chata. — Maraisa pegou um pedaço de pudim da cozinha de brinquedo e sentou ao lado da irmã mais nova. — Posso brincar com você?

— Eu sou chata. — Cruzou os braços.

— Mas até papai chegar com meu presente você é legal. — Pegou uma Barbie e começou a brincar com a mesma. — Essa boneca é feia, ela não tem oque eu tenho.

— Mas tem oque eu tenho, isso que importa.

— Quero uma Barbie igual a mim. — Maraisa baixou os ombros, sabia que era diferente de qualquer outra menina.

— Um dia terá. — A pequena ruiva virou a cabeça olhando a irmã triste.

— Espero que sim. — Maraisa passou seus dedos pelo cabelo da boneca. — Eu posso trocar o meu carrinho por essa boneca?

— O que vai fazer com minha boneca?

— Nada demais. — Maraisa disse simples. — Irá trocar comigo ou não?

— Vou sim. — A ruiva se aproximou da mais velha e a abraçou beijando seu rosto.

— Chega de tantos beijos. — Maraisa a empurrou, Maiara fechou a cara ameaçando chorar. — Estou brincando. — Beijou a bochecha de sua irmã. — Não acha que papai está demorando?

Indomável Desejo | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora