Eu realmente me importo com você.

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Depois de passar em observação no hospital recebi alta. Maraisa ficou comigo o tempo todo me ajudando e até parecia minha companheira. Estava me fazendo de difícil, mas confesso que gostava do seu cuidado e da sua preocupação comigo.

— Marília, tem certeza que consegue ir sozinha até o carro?

— Não preciso de ajuda, principalmente da sua.

— Tudo bem, já que não quer minha ajuda.

Suspirou e pegou minha bolsa dando de ombros. Forcei um sorriso e caminhamos até a garagem em silêncio. Estava incomodando nossa falta de comunicação, mas não iria falar com ela.

Chegando ao carro, Maraisa não parava de olhar seus movimentos como se quisesse me ajudar. Estava com raiva dela por ser tão carinhosa, mas percebi que estava sendo malvada. Não conseguia não pensar sobre todas as coisas que aconteceram e o que eu poderia fazer para mudar o passado e nosso envolvimento. Fiquei em silêncio o caminho todo sem falar uma palavra com ela. Só queria ficar longe e não precisar de ninguém, já que a vida toda lidei com tudo sozinha, principalmente com meus problemas e sentimentos.

— Está melhor?

— Claro. — Olhei pela janela suspirando.

— Chegando em casa irá jantar.

— Não estou com fome.

— Isso não é problema meu, irá comer e não reclame.

— Acha que manda em mim? — A olhei furiosa.

— Mando. — Respondeu dando de ombros.

— Desde quando?

— No seu corpo eu mando... — Tocou minha coxa, senti um arrepio no mesmo momento. — Viu só? Irá jantar quando chegar e não se discute mais sobre isso.

Olhei para Maraisa com uma expressão de susto e raiva. Não podia acreditar que ela estava se dando o direito de tocar no meu corpo e dizer o que eu deveria fazer. Eu queria me afastar dela no momento, sem que ela fosse me encostar, mas era quase impossível, essa mulher tinha um poder indescritível sobre mim.

— Sério? — Falei com a boca fechada. — Você acha que pode ficar me tocando e mandando o que faço?

— Não acho, tenho certeza.

— Convencida. — Ela continuou a deslizar sua mão sobre minha pele.

— Sabe que sou. — Me olhou antes de acelerar o carro.

— Só não suba sua mão. — Disse rindo enquanto ela começou a subir seus dedos e arranhar a região lentamente.

— Você disse para eu subir um pouco mais? — Se fingiu de inocente.

— Maraisa…

Não queria que ela parasse de me tocar. Precisava daquele toque e minha pele parecia arder por sua mão. A olhei e vi um sorrisinho de canto  na boca dela. Ela sabia o que eu estava sentindo. Senti arrepios pela perna enquanto a mão dela continuava a subir. Quando ela parou e não subiu mais, me senti incomodada e queria que ela continuasse.

— Sobe mais! — Minha voz foi grave. — Eu preciso.

— Não precisa. — Tirou a mão dela. — Você precisa dos meus toques e não precisa do meu cuidado?

Tentei argumentar, mas infelizmente ela tinha razão. Me acolhi no banco ajeitando minha roupa.

— Quem disse que eu não preciso do seu cuidado? — Deitei minha cabeça sobre seu ombro abraçando ela. — Só acho que isso está passando de uma relação carnal, não quero me apegar a você e depois perder tudo, entende? — Suspirei.

Indomável Desejo | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora