UMA SEMENTE DE RANCOR. ATO 4

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Já chegava ao entardecer no reino de Deilara. As inúmeras barracas de vendedores espalhadas pelas ruas, agora jaziam poucos que ainda tentavam conseguir algum cliente. Era comum aqueles dias, as pessoas se trancarem em casa mais cedo devido a peste que assolava a cidade. Na entrada do quartel, alguns soldados já se alinhavam em pequenos pelotões para formarem a guarda que pernoitaria na região.

Ayskar e Jane entraram rapidamente no quartel, não esperaram para serem chamados e o único soldado que tentou para-los, ficou no caminho olhando para o nada como se estivesse dormindo de olhos abertos, após olhar nos olhos do Sorinter; não era difícil para eles fazerem isso graças ao encantamento de Namiry. Que ao olharem nos olhos azuis do caçador, eram acometidos por uma hipnose rápida, mas efetiva, mesmo a vítima se lembrando completamente de tudo após o fim do efeito.


Sem cerimonias, entraram na sala do general que estava sentado lendo um pequeno diário com uma capa de couro marrom escuro. Caminharam até a mesa do militar e ficaram estáticos olhando-o, que institivamente devolveu com um olhar de espanto.

- O que é isso? - Perguntou fechando o livrinho. – Senhor Sorinter, acho que o rei foi bem claro em manda-lo ir embora. E a senhorita, Winnsvalley, podes me explicar o porquê de entrarem em minha sala sem aviso prévio como é de regulamento em meu quartel?

- Senhor General – Falou friamente. – Ainda tenho algumas perguntas, seria ótimo se me ajudasse com elas.

- Ayskar de Romenias. Acho que não entendeu. Vossa majestade, o rei Eliod de Deilara, ordenou que você fosse embora imediatamente. O que significa que não existe mais contrato. Irás se retirar ou terei que prendê-lo por desacato?

- Apenas me ajude a entender uma coisa General. E eu deixarei a cidade.

Ethan olhou friamente para Ayskar, mas logo foi atraído pelos olhos gélidos e penetrantes da feiticeira. Cruzou as mãos e as apoiou no queixo e semicerrou os olhos curioso.

- Como dona Winnsvalley diz, tenho que ser um cavalheiro. Certo Sorinter, o que queres saber?

- Aila, de onde conhece essa moça?

- Do templo de Elara, fui buscar uma moça para que servisse de dama de companhia para a falecida rainha a pedido de meu irmão. Por que?

- Era de seu conhecimento que ela vinha aqui em busca de ervas para criação de chá da rainha?

- Claro, Helena preferia nossas ervas em vez das vendidas por comerciantes, preferia nossa procedência.

- Confesso, que é o primeiro quartel que vejo onde se tem um canteiro de ervas tão vasto.

- Temos uma enfermaria aos fundos, Sorinter – Estreitou mais ainda os olhos. – É mais prático para nossos curandeiros. Por que a desconfiança?

- Por que a rainha estava consumindo chá de canela e boldo todos os meses? - Perguntou sem escrúpulos algum.

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