ENTRE A MORAL E A RAZÃO. ATO 17

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- Astrea... – Ela sorriu como nunca na vida com os olhos fechados, encostou o rostinho no peito do Sorinter e adormeceu.

Ayskar manteve a menina sob sua capa, abraçando-a, dando talvez o primeiro carinho paterno que ela receberá na vida. Manteve os olhos para a porta por alguns minutos, quase estava caindo no sono também, até algo lhe incomodar. Sentiu algo subir pelo seu abdômen; olhou de soslaio, viu a mão pequena de Astrea subir por cima de sua armadura, passando pelo peito. Sentia uma sensação horripilante, não era como o toque normal da menina, era gélido, tenebroso, até o cheiro era ruim. A mão chegou em seu pescoço, Ayskar não se mexia, a mão apertava sua garganta e as pequenas unhas arranhavam com uma força descomunal.

- Que delicia, - disse uma voz aterradora e tenebrosa, grave, masculina e distorcida se assemelhando a um coral de uma orquestra diabólica – eu poderia arrancar sua garganta agora mesmo sem nem suar.

- Você poderia tentar apenas. – Respondeu Ayskar ainda sem olhar.

- Pare de bancar o valente, - Sorriu apertando ainda mais – você não faria nada com essa menina mesmo se sua traqueia estivesse entre os dedos dela.

- Você está certo, Abbadon. Por que não faz isso? Aproveita que estou incapacitado e faça isso?

- Não tem a mínima graça, Ah! – Fintou uma mordida gélida na orelha de Ayskar – É tentador de fato, mas não saboreio minha refeição assim.

- Que interessante.

- Primeiro, - estreitou mais ainda a mão na garganta do Sorinter enquanto falava em próximo a sua orelha – quebrarei seu corpo inteiro, depois, empalarei você, mas não vou mata-lo ainda, deixarei vivo para ver.

- Ver o que?

- Irei matar todos que você ama, sua irmãzinha, aquele velho que você tem como pai, aqueles mutantes que tem como irmãos, essa menininha, - Sorriu de maneira horrenda no ouvido do caçador – depois de tudo, vou matar você, e me alimentarei de sua alma bem lentamente, sua alma, Ah! – mais uma vez fez o movimento para mordê-lo – sua alma é desejada Ayskar de Romenias!

- A...Aproveite, - falou com dificuldade – pois você sabe que não farei nada com Astrea.

- Astrea... – disse Abbadon com um certo repulso na voz – de tantos nomes por que o daquela vadia?

- Você conhece ela então?

- Tenho milênios de idade Sorinter, entendo pela aparência, mas pensando bem, o sangue divino delas é idêntico, será mais divertido matá-la pensando assim.

- Você não vai matá-la.

- E será você a me impedir?

- Quero fazer uma aposta com você, - falou Ayskar agora olhando diretamente para o demônio, com olhos violetas brilhantes e a pele pálida quase cinza. – quero fazer um trato.

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