UMA NOITE DE ECLIPSE. ATO 6

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Chovia forte naquela noite. Um dos meninos que morava no templo de Freyana andava sorrateiramente pelos corredores silenciosos. Avistou uma sombra se aproximando da encruzilhada que formava com outros dois corredores laterais, e escondeu-se rapidamente atrás de um dos enormes jarros com balsamos que adornavam o caminho de mármore. Era apenas seus outros dois colegas, um menino de cabeça raspada e uma cicatriz na testa horrível e outro de pele escura e cabelos crespos.




- Pela mãe – sussurrou o primeiro com cabelos loiros trajado de uma bata azul celeste – são vocês, achei que não viriam.




- E nós achávamos que você estava todo borrado no quarto. – Sorriu o menino de cabeça raspada e cicatriz como um veterano de guerra.




- Vamos logo, e espero que o mestre não nos ache. – Falou o de cabelo crespo.




Seguiram pelo corredor virando a direita, passaram pelos alojamentos como sonhos calmos, sem fazer o menor barulho. O único som destacado vinha dos trovões, e assustava bastante em conjunto com o clarão dos relâmpagos que iluminavam o lado de dentro pelas janelas de vidro. Deixando tudo mais assustador e sombrio, assim como os meninos gostavam, como qualquer criança aos doze anos que tem apresso por histórias assustadoras. Cortaram caminho como ratazanas ágeis e espertas e não foram vistos, conseguiram chegar na biblioteca do templo estava com a porta apenas encostada.




- E agora? – Perguntou o careca ofegante – Acham que o mestre Joah está aqui? Essa hora? Miguel, você é o queridinho dele, onde ele está?




- E como vou saber? – Respondeu o de cabelo crespo – Não vivo colado ao mestre Joah, mas creio que não esteja ai.




- Só existe uma forma de descobrir – o careca se encheu de coragem – Miguel, Adrian, venham irmãos, não á perigo que possa amedrontar um paladino, um guerreiro escolhido pelos deuses.




- Você não é um paladino Luke, é só um noviço que será expulso assim como todos nós se formos pegos. – Rebateu Adrian.




- Mas ele está certo – disse Miguel – nos juntamos os três essa hora da madrugada para descobrir o que era o tal livro que o mestre Joah comentava com o tal homem de olhos azuis que esteve aqui ontem.




- O homem é um Sorinter – falou então Luke – e se for a algo sobre como eles são criados, devemos ver, estou morrendo de curiosidade, como se chamava mesmo o livro?

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