UMA SEMENTE DE RANCOR. ATO 5

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Olhou em volta, estava escuro, frio, e a tensa e sinistra presença do Letrochal atentava contra seus sentidos. A espada de perola e ouro estava empunhada na mão direita, firme e pronta para um ataque. Ayskar respirou, seus olhos negros e azuis analisavam o quarto, cômodo que a rainha estava sepultada. Respirou, ouviu, analisou cuidadosamente a situação.


O Letrochal estava imóvel, não mais respirava, não emitia sons, muito menos tinha qualquer gota de sangue circulando em suas veias, era como se estivesse morto. A criatura parecia saber que diante dela estava não uma presa, mas um predador a altura, que poderia localiza-la a qualquer momento. O Sorinter levou a mão esquerda lenta e cuidadosamente ao cinturão, passou pela cobertura de couro e desprendeu uma das ampolas de água benta. Segurou firme, deu um passo à frente, empunhou a espada com mais força e então, num movimento repentino e certeiro, lançou a ampola no canto superior direito do quarto.


A água se espalhou por todo o local marcando a silhueta da criatura que começou a gritar, se debater e exalar vapores provenientes de queimaduras causada pela água sagrada. Ayskar correu como um raio na direção da criatura que cairá da parede direto no chão frio. Fez um golpe em diagonal com a espada, mas a criatura rapidamente se teleportou para trás do caçador e atacou com suas longas garras negras como penas de graúna. Ayskar fez uma pirueta e desviou do ataque, o som das garras cortando o vento indicava que seriam ataques difíceis de serem bloqueados, devido a força e provável resistência que elas apresentavam.


O Sorinter pousou do salto já se lançando ao ataque novamente, errou o primeiro, mas na volta acertou o segundo no abdômen da fera que grunhiu de dor com o ferimento expelindo uma fumaça negra, reação natural de uma carne demoníaca sendo ferida por ouro puro abençoado. Ambos trocaram golpes rápidos, Ayskar era habilidoso e esquivava entre saltos e piruetas dos ataques de garras da fera, que se teleportava a todo momento para evitar os ataques do caçador. Durante uma investida do Sorinter, a fera não se moveu como a luz novamente, mas sim bloqueou o golpe de espada com as garras longas e usando a mão livre, cravou três das cindo garras no ombro de Ayskar, o girou no ar e arremessou numa das paredes reforçadas de mármore negro e rochas de placa subterrânea. Bateu na parede com enorme força, balbuciou um pouco, se pôs de pé, mal teve reação de esquivar, a criatura efetuará um segundo golpe, esse quase acertou sua jugular, deu um passo para trás, a monstruosidade tinha uma noção do combate e não batia a esmo, seus golpes eram efetivos e em locais específicos.


Um terceiro golpe foi lançado na horizontal, visando acertar o flanco do Sorinter que, ao colocar a espada ao lado do ombro, moveu seu braço em guarda; as garras foram repelidas com efetividade pelo encantamento de Espiry, que fez a criatura rodopiar com o impacto do escudo de força, em seguida, Ayskar deu um passo para trás, moveu seus dedos formando seu outro encantamento e lançou na direção do tórax do Letrochal, uma rajada poderosa do Expursarty, fazendo com que o monstro fosse arremessado para fora do cômodo onde ficava o tumulo de sua mãe morta.

Ayskar levou a mão ao ombro, sentiu seu sangue escorrendo por baixo da armadura, por mais que tivesse sido um golpe profundo, seu selo ativado mantinha a dor controlada. Viu um vulto em meio a penumbra do corredor. Se movia de um lado para outro, extremamente rápido, subiu no teto fincando as garras na rocha, se materializou novamente, olhou no fundo dos olhos azuis do Sorinter e abriu a bocarra rugindo.

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