UMA PONTA DE VERACIDADE. ATO 23

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Por mais que a chuva já tivesse diminuído muito sua agressividade, ainda era forte, e as gotas caindo sobre os presentes se assemelhavam a uma chuva de granizo. Ayskar descia do cavalo lentamente, ignorando as provocações do príncipe, observava o exercito agitado e fervoroso, aguardando apenas uma ordem para ataca-lo. Um pouco mais atrás, Leonardo guiava os cavalos para baixo de uma arvore cheia cujo as folhas fazia uma proteção natural da chuva.

O príncipe encarava o Sorinter com um sorriso pretencioso no rosto, Ayskar por sua vez permanecia em silêncio mas com um sorriso que dizia muito aos que estavam em sua frente, "não se aproximem".

- Então, Ayskar de Romenias, - Disse o príncipe segurando o cabo do florete – creio que cansou da vida, ou está tão fadigado no templo que resolveu procurar a morte?

- Não tenho tempo para suas piadas, príncipe Findelwood, preciso passar e chegar em Redys.

- Pouco me importa para onde pretendia ir, você é um procurado, inimigo do reino de Aendrina, Inimigo do soberano meu pai rei Felipe. Você está condenado a morte.

Ayskar manteve o rosto sério, Leonardo ficava apreensivo observando o desenrolar daquele embate de olhares.

- Se não cansou da vida, - continuou Findelwood – pelo semblante diferente do qual lhe encontrei no templo, quer dizer que seu namorico com a bela Liana não deu em nada! – Sorriu o príncipe de maneira horrenda – Isso porque se alguém está destinado a ser o conjugue de Liana, sou eu! Um príncipe! Alguém com berço e sangue azul! Se alguém terá o direito de desfrutar daquele corpo, de ter o direito do sêmen dentro dela produzindo o mais forte dos herdeiros dos reinos ocidentais, SOU EU! – gritava o rapaz descontrolado – E não um mutante amaldiçoado estéril!

Ayskar não respondeu a provocação com palavras, não era preciso, seus olhos e seus gestos falavam mais que uma peça teatral. Ayskar sacou sua espada e caminhou na direção do príncipe com um olhar assassino.

Findelwood não esperou que Ayskar se aproximasse, mandou os dois alabardeiros para o embate com o Sorinter, os pesados soldados caíram em seguida, Ayskar fez dois golpes precisos e letais, derrubando os soldados como moscas mortas. O príncipe assustou-se com a velocidade dos golpes do homem a sua frente e levou a mão a empunhadura nobre do florete, mas uma voz o impediu, tomando a dianteira.

- Acalme-se meu príncipe, - disse o gigante careca tomando a frente e retirando o manto – não se suje lutando com um ser tão repugnante, deixe isso comigo, pois o controle dessas pragas é minha especialidade.

- Certo Bolthundor, eu estava curioso pra ver como seu trabalho funcionava. – Disse o príncipe voltando a sorrir.

Bolthundor retirou por completo seu manto; a armadura era muito robusta, cinza escuro com detalhes em preto, pequenos talismãs estavam acoplados em muitos encaixes por toda a extensão da armadura. Segurava uma enorme maça na mão direita e uma corrente enrolada na esquerda, e essa corrente consistia em anéis de aço de Trotagor com pequenas gemas de âmbar encaixadas nos anéis.


O homem de aproximadamente duas braças de altura retirou uma correntinha do pescoço; era um colar, sorriu terrivelmente com os dentes amarelos e mostrou o que tinha no lugar do pingente. Um recipiente de vidro, tinha um liquido esverdeado dentro e boiando no liquido, duas orbitas oculares, dois olhos; pelo tamanho dos dois, pertenciam a pessoas diferentes, mas tinham algo em comum, ambos azuis brilhantes, ambos de Sorinters.

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