ENLACE DO DESTINO. ATO 43

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Era como um sol diante dele, o resplendor radiante que emanava do corpo, olhos e do martelo de Doren quase cegavam o Sorinter, um evento tão magnifico quanto inédito para Ayskar. Doren mantinha a altivez e encarava o punhado de demônios que os cercavam, sabia o que significavam, o poder que carregavam, mas ele tinha o poder divino.

A cada golpe realizado com a esfera radiante da cabeça do martelo um demônio se desfazia, eram pulverizados, erradicados quando pereciam pela luz brilhante e única do paladino. Dois demônios ceifeiros emergiram da esquerda, tentaram um golpe juntos com seus enormes ferrões no lugar dos braços semelhantes a montantes de carrascos. O escudo de aparência como uma relíquia aguentou os golpes impecavelmente, Doren resistiu ao impacto e devolveu com um poderoso golpe esmagador que disparava feixes de luz ao atingir e desintegrar as criaturas do abismo. O guerreiro de Freyana não somente consegui canalizar o poder da divindade, também tinha uma força surreal, manobrava o pesado tesouro sagrado de seu templo com tamanha força e violência que a luz somente tinha o trabalho de pulverizar o que sobrava da criatura.

Mas a batalha se mostrava um tanto complicada, logo os ferimentos causados pelos demônios começavam a aparecer, além de uma notória fadiga vinda de Doren, mas ele seguia de pé. O último demônio era maior, robusto, tinha seis olhos negros que absorviam toda luz com exceção da emanada pelo paladino, tinha dentes serrilhados e longos braços com ferrões em forma de gancho.

- Shuuuu, And Keni soaaaa.... – Sussurrava a criatura ecoando a voz fantasmagórica.

- Ele quer que você se renda. – Disse Ayskar encarando a criatura e finalmente se colocando de pé.

- Ah, - suspirou profundamente o paladino coma teimosia de ambos ali – Eu sou o bastião da redenção, o farol para os perdidos, o ferro que pune os injustos, o escudo que protege as...

- Almas dos afligidos. - Completou o Sorinter com voz calma num tom harmonioso e com um leve brilho nos olhos.

Doren sorriu, deu dois passos à frente, a luz de seu martelo aumentou assim como a ferocidade no olhar do monstro.

A criatura era rápida, bem mais que os demais, evitava cada golpe do paladino com agilidade e retribuía com golpes poderosos aparados no escudo dourado opaco do paladino. Doren flutuava graças a suas asas, esquivava dos golpes mais pesados e usava seu escudo para defender os mais leves. Ayskar observava, as pernas pesadas quase petrificadas, o sentimento de impotência o torturava tanto quanto a dor em seu pescoço. O paladino defendeu duas garradas com o escudo, mas não conseguiu defender o terceiro inesperado em seu flanco, um golpe certeiro e profundo atingiu sua costela podendo ser ouvido a distância o som dos ossos partindo.

Deu dois passos para trás, a dor era sufocante, o gancho puxou mais carne que o esperado do ataque, Doren se mantinha de pé. Sua armadura era pesada, o escudo grande, e o martelo sagrado demandava uma força surreal, mas ele não cedeu. O demônio lambeu as garras de gancho encarando o paladino, caminhava em círculos salivando. Ayskar finalmente sacou sua espada, não ousou liberar nenhum dos selos, apenas empunhou a longa lâmina que brilhava refletindo a luz radiante. O demônio o percebeu, não pensou duas vezes.

Rodopiou com as garras e mirou os ganchou serrilhados e afiados na direção do pescoço do caçador, Ayskar juntou o que lhe restava de forças e esquivou, girou sobre os calcanhares e fez um contra golpe na aberração vingativa, um golpe lateral que foi facilmente aparado pelo ferrão em formato de gancho, a criatura devolveu o golpe mas Ayskar ainda conseguia desviar, abaixou-se e deu dois passos para trás, um movimento comum numa batalha que se está em desvantagem, mas foi um erro. O demônio abriu a bocarra dentada com serras afiadas e como um arpão de uma balista sua língua com pequenos filetes de ossos curvados para trás, Ayskar desviou com a espada o que seria seu coração direito, mas não o suficiente para uma esquiva total. A língua afiada adentrou a parte superior do peito do Sorinter, transpassou a armadura, carne, músculos e desbravou o outro lado, arrastando o Sorinter até que a língua atingisse a enorme pedra que até então era usada para o descanso da dupla. A língua em forma de lança transpassou a enorme pedra e fez Ayskar se chocar contra o enorme mineral fincado no solo.

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