CRÔNICA DE AMOR E SANGUE. ATO 32

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A noite chegou rápido em Redys, as enormes florestas envolta da cidade estado do continente agora eram iluminadas pelo brilhante resplendor da lua cheia que mais uma vez iniciava seu ciclo e trazia tantas mudanças para o mundo. Seja lá por causa da maré afetando a pesca, pelas plantações que eram mais abundantes quando cultivadas sob o luar ou sobre os monstros que tinham em sua maioria o metabolismo acelerado pelo astro celeste no céu.

Nas redondezas de Gars Dilan, um riacho calmo e largo descia vindo das montanhosas florestas no sul de Keadrina. O resistente riacho sobrevivia o tempo, as mudanças climáticas e as guerras. Seguindo seu caminho por Keadrina, atravessando boa parte de Redys e desaguando no rio Pamay, como muitos outros riachos e córregos fazem.

Pelo caminho que esse riacho fazia, estava a floresta densa e fúnebre de Gars Dilan. Palco de mortes e sumiços horrendos. Subindo o riacho pelo caminho de onde ele vem a partir da vila, seguindo floresta acima, encontrava-se um pequeno casebre. Apesar de pequeno era muito bem construído e cuidado, estava isolado na floresta à beira do riacho onde bétulas cresciam seguindo o caminho por onde a água seguia. Do outro lado do riacho, um enorme campo aberto de mato baixo se estendia até a vista alcançar as montanhosas fronteiras até Tall Oudes onde se podia enxergar algumas estruturas da cidade.

A enorme e brilhante lua saia por trás das montanhas e sua luz atingia a água cristalina e corrente do riacho, iluminando de forma espelhada e prismática as folhas dás bétulas. Na beira d'água, uma figura se destacava, usava um vestido branco estampado com uma capinha fina de seda cor de pêssego, tinhas volumosos cabelos negros amarrados sobre o pescoço num coque e lindos olhos de esmeralda que brilhavam com o reflexo do riacho. Ao longe, nas sombra das bétulas e mangueiras cheias de folhas escuras, uma figura se aproximava, com dois pontos brilhantes azuis destacando-se na escuridão. A mulher caminhava olhando as águas, segurava seu braço num gesto tênue, e cantava, com voz melódica e linda.

"Talvez, um sonho continue um devaneio,

Talvez, meus desejos não sejam seu anseio.

Caminhos predestinados, talvez sem escolhas sozinhos,

Um corvo e uma andorinha perdidos nos seus destinos."


- Bela canção. – Falou a voz metálica nas sombras com olhos azuis brilhantes e segurando uma espada que brilhava na luz da lua.

- Essa canção me enche de duvidas, - disse a mulher de pele alva desabotoando a capinha enquanto andava ainda de costas para o homem – pensamentos sobre você, sobre o que essa canção significa, fico com esses pensamentos me consumindo.

- É reciproco os pensamentos. – Respondeu Ayskar saindo das sombras com pele extremamente pálida, veias negras destacando-se em volta de seus olhos que pulsavam com esclera negra e íris azul brilhante iluminando seu rosto.

- Pensamentos sobre mim? – Disse Viollet virando-se e soltando seu cabelo que descia até o final de suas costas.

O Sorinter mantinha-se em silêncio ainda encarando a mulher que começava a desabotoar seu vestido, exibindo aos poucos seu formoso busto. Ele respirava devagar exalando o ar espesso pela boca e narinas.

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