CAMINHO NEBULOSO. ATO 7

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Sanlario, 02 de agosto de 1249


A taverna estava bem mais lotada que o convencional, alguns dos velhos frequentadores faziam algazarra, bebendo e falando besteiras a esmo em um dos cantos do enorme estabelecimento no interior de Beldlair. Em outro canto, estava sentado um grupo de homens robustos, maltrapilhos, bebendo e conversando baixarias sobre as noviças que viram lavando roupas no rio mais cedo. No centro da taverna, dois grupos sentavam não tão próximos em duas mesas, estavam bem arrumados com gibões de diversas cores. Comerciantes.

- Minha nossa, - falou um dos homens de barba branca trançada e uma enorme barriga quase desabotoando o gibão - temos uma semana, apenas uma semana para chegar em Redys, já pensaram a quantidade de merda que podemos nos meter?

- Para de choro Aleodor, – respondeu um segundo de gibão verde com uma boina de pele de morsa. – parece que é a primeira vez que faz essa viagem.

- Não é a primeira, mas as coisas nesses últimos anos estão esquisitas. Essas estradas já foram calmas, agora tem bandidos, cobradores de pedágios e até monstros nas rondando.

- Por isso que contratamos aqueles mercenários – apontou para o canto que os brutamontes bebiam, um dos comerciantes que usava um gibão azul escuro. – Vamos ter paciência.

- É, mas vocês não tem um maldito moleque pra tomar de conta.

- Você que assumiu ele depois que o seu irmão morreu, falando no diabo – Olhou para trás o de boina de pele de morsa. – Lá vem seu filho.

- Ele não é meu filho, caralho.

Entrando pela portinhola, um rapaz de pouco mais de vinte anos entrou na taverna. Magro, alto, com um colete azul celeste e uma camisa cinza por baixo, com uma calça de tecido preta e sapatos também negros. Carregava uma bolsa enorme já lotada com todo tipo de quinquilharia, andava meio desengonçado e com um sorriso no rosto branco com pouca barba e com cabelos lisos castanhos. Caminhou até a mesa dos comerciantes e sentou-se.

- Bom dia a todos.

- Olá Leonardo, - falou sorrindo o de gibão azul. – conseguiu finalmente um segurança?

- Ah... Não, ainda não. Nenhum aceitou pelo valor que possuo.

- Mas claro. – Berrou o de gibão verde. – Gastou todo seu dinheiro num monte de besteiras inúteis, e agora?

- Não são besteiras inúteis, isso são coisas necessárias para meu período de estudos na universidade de Audrixkar.

- Não vai poder estudar se tiver estripado por bandidos, há ha. – Gargalhou o de boina.

Na mesa ao lado, um outro grupo de comerciantes se divertia com a conversa, um deles, com um sobretudo marrom e chapéu branco elegante sorriu, e também zombou do rapaz.

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