UMA PONTA DE VERACIDADE. ATO 21

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- Jane? Faz anos que não vejo ela.

- Sim, uma bela maga loira diga-se de passagem.

- De fato, - Ayskar juntou suas coisas na bolsa de couro e começou a caminhar em direção ao templo com Leonardo – devo ter uma ideia do que se trata.

- E quando vamos partir? – Questionou o escritor puxando seu cavalo.

- Ainda não sei se estou pronto para partir.

- Como assim Ayskar? – Perguntou segurando-o pelo braço parando a caminhada.

- É a primeira vez que fico nesse estado, e tem algo mais, a garotinha que resgatei do demônio...

- Lehallys me disse, - falou Leonardo com um olhar curioso – você lutou de maneira imprudente sem pensar na própria vida por ela.

- Eu não posso deixa-la aqui, e ela ainda não pode seguir viagem.

- Ayskar, - falou seriamente Leonardo – você é um caçador de monstros, vai revezar sua paternidade entre uma caça de grifo e um exorcismo de demônio?

- Não é você quem decide o que eu faço. – Falou com voz metálica – Eu prometi proteger essa menina, e é isso que farei.

- Hum, fico pensando, - disse Leonardo continuando a marcha – será somente pela garota? Ou uma garota a mais?

- Do que você está falando?

- Aquela linda sacerdotisa, - sorriu descaradamente – não sei o que foi mais chocante para mim, você sem armadura, ou seus olhos brilhando como aquele cristal de quintessência que lhe dei.

- Vai se foder Leonardo.

Estavam no jardim sob a luz do luar nos bancos próximos a fonte; Ayskar, Malina e Leonardo. Àquela hora todas as noviças do templo já deveriam estar em seus quartos e não era permitido o transito pelo templo. A brisa noturna nas folhas deixava o ar agradável, e o cheiro do jasmim perfumava todo aquele recanto; o chá de camomila servido pela sacerdotisa acalmará um pouco o cansado mas energético poeta, Ayskar mantinha um olhar sério.

- Então Leonardo, - falou Ayskar – Como realmente está essa guerra?

- Bom, - começou Leonardo abrindo um mapa sobre a mesa – estive com um historiador de guerra de Redys no caminho pra cá. Ele me explicou muito bem. Os imperiais de Aaeshein foram muito espertos, se aproveitaram dos temores dos ocidentais ao dia do solstício quando a lua ficou negra e nenhuma patrulha permaneceu nas fronteiras. Subiram pela foz do Pamay e atravessaram o rio na grande ponte de Tasvink e tomaram de imediato a fortaleza de Seliriel num cerco que não durou uma noite. Após isso, - continuou tomando um pouco do chá – invadiram a capital Cintera e parece que a suspeita de muitos se confirmaram.

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