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    Xiao Zhan

Estou sentindo um ódio tão grande que me sufoca. Não sei mais se é pelo casamento ou pela interação que Yibo está tendo com SuShe.
Quando ele ficou para trás para distraí-los, eu não me importei, pois não me encontro em condições de acalmar ninguém. Porém, ao vê-lo se oferecer para ajudá-lo a descer do cavalo senti uma queimação no estômago que até agora me atormenta.
— A refeição está quase pronta, milorde — um dos meus guerreiros comunica me fazendo voltar para o momento presente.

Apenas aceno com a cabeça e olho onde minha esposa se encontra. Meu coração se aperta ao vê-lo segurando os joelhos com ar amedrontado.
Suspiro resignado. Ele não tem culpa de estarmos casados. SuShe tem razão, não custava nada tratá-lo bem.

Deu para perceber que ele não teve uma vida boa naquele castelo. Meu estômago embrulhou ao ver a milady Wang feliz em se livrar dele.
Como uma mãe pode ficar alegre que o filho vá embora?

Reflito que Yibo deve ser um ômega sofrido e que sendo grosso faz com que sofra mais. Ocorre que eu não consigo disfarçar a minha insatisfação. É muita má sorte ter um ômega que mais parece um alfa.
Acho humilhante perante meus guerreiros. Percebi que eles debocharam de mim aos sussurros, o que me deixou mais nervoso ainda.
No momento que me avisam que a comida ficou pronta, eu levo a minha porção e do ômega.
Assim que me aproximo, noto que ele estremece. Minha mandíbula fica rígida. Só me faltava essa! Ter um ômega  feio e medroso
.
— Sua comida. Coma! — digo, incisivamente.
Ele me olha assustado, fazendo-me pensar por um segundo que não vai pegar, mas levanta as mãos trêmulas para pegar seu alimento.
Ao ver que começou a comer, me sento ao seu lado e ele se afasta receoso. Sinto uma ira profunda com isso, então, sem pensar, seguro sua cintura e falo duramente:
— Nem pense em fazer isso de novo.

Como proferi em seu ouvido, consigo sentir seu cheiro e me sinto tonto.
Afasto-me com uma sensação estranha. Quando dei aquele beijo rápido nele na cerimônia, eu não havia notado sua fragrância. E fico abismado por não ter sentido esse cheiro delicioso naquele momento.
Nunca imaginei que um ômega pudesse ter uma essência tão boa.
Respiro fundo balançando a cabeça.

Provavelmente a mãe exigiu que tomasse um banho com rosas para o casamento. É só isso. A pele dele não é cheirosa dessa forma.
Embora pense assim, lá no fundo eu sei que não tem como um banho tomado de manhã ficar com um cheiro intenso até agora.
Observo-o comer por alguns instantes e um calor passa em meu corpo em ondas. Quando ele lambe os lábios sinto meu membro se contrair. Fico nervoso e solto um rosnado. Yibo se sobressalta quase dando um pulo.
Para de se alimentar e fica me olhando com os olhos arregalados.

— Continue a comer! — exijo.
Ele olha para baixo, fica mordiscando a comida até que me fita receoso e engole em seco.
— Já estou satisfeito — fala com a voz fraca.

Noto que não comeu quase nada. Preocupo-me, mas como estou irritado com as sensações que ele está me causando digo cruel:
— É bom que coma .ais um pouco mesmo para ver se cria carne. Parece um espeto.

Vejo que o magoei, uma vez que seus olhos brilham de tristeza e vergonha.

Olho para o outro lado porque não estou suportando seu olhar.
Quando termino de comer, eu mando ele se deitar. Percebo que esse pedido faz sua respiração ficar alterada e o corpo treme intensamente.

Dou uma risada.
— Não vou fazer nada. Tem muita gente que pode nos ver aqui. E, eu também não estou ansioso para me deitar com você. Então, fique sossegado que não irei tocar nesse corpo .

Ele me surpreende ao soltar um som ofendido.
— Não precisa ser tão insensível.

— Estou sendo honesto.

— Você é um... — Yibo não termina e solta um grunhido.

Seguro seu queixo com raiva.
— Sou o quê? Espero que tenha modos porque não terei paciência com esse comportamento.

Fico excitado quando ele liberta-se de minha mão e encara-me furioso, levantando seu rosto em desafio.
— Não tenho medo de você.

Embora eu saiba que é mentira, pois sua voz saiu tremida, sinto arrepios de desejo ao vê-lo me enfrentar assim.
Olho seus lábios com vontade de descobrir se ele tem um gosto bom ou não. Minha respiração começa a ficar alterada ao imaginar-me saboreando-o.
Ao ouvir uma risada ao longe, me lembro de que não estamos sozinhos e pego o braço de Yibo fazendo-o se deitar no tecido estendido. Em seguida, colo meu corpo ao dele por trás, envolvendo sua cintura com meu braço e passando o outro embaixo de sua cabeça. Imediatamente, reparo que seu corpo fica tenso, no entanto eu não me importo, porque somente nesse momento penso que esse casamento não vai ser tão ruim para mim.

(.....)

Wang Yibo

No instante que senti ele se deitar atrás de mim quase grito em desespero. Por alguns segundos, pensei em tentar fugir. Mas eu sei que seria pior. Portanto, fico quieto esperando seu próximo movimento.
Após alguns minutos, ele me aperta forte contra si, então começo a sentir coisas muito esquisitas. Meu corpo esquenta e fico querendo que essa sua mão gigante deslize pelo meu corpo.

Que doido! Óbvio que não quero.

Depois de algum tempo, acredito que adormeceu, pois sua respiração está constante. Por esse motivo, eu tento me afastar, porém me arrependo, visto que ele me aperta mais e fala em meu ouvido:
— Nem pense em sair de perto.

Sinto um formigamento entre as minhas dobras ao sentir seu hálito em meu rosto. Suspiro extasiado. Acho que percebeu que senti alguma coisa, dado que esfrega algo duro em minhas nádegas.

Solto um som assustado. Será uma faca? Permaneço imóvel de medo, sentindo minha garganta apertar. A raiva é tão grande em me ter como esposo que quer me matar?

— Por favor... não — me vejo suplicando.
Ele me aperta mais contra si, fazendo-me sentir mais essa coisa dura.
— Eu disse que não vou fazer nada e não vou. — Sua voz está rouca.

Subitamente, Zhan tira os cabelos do meu pescoço, depois cheira como se estivesse embevecido com minha fragrância. Após, lambe fazendo-me sentir arrepios deliciosos pelo corpo.
Não sei se gosto dessas sensações, são estranhas e fazem com que eu me sinta meio entorpecido e meu membro está ficando duro. Apesar de querer que ele continue a fazer isso em outras partes do meu corpo, sinto-me amedrontado do que pode acontecer depois.
Dá uma mordidinha, envolve seu braço de novo em minha cintura e diz:
— Vamos dormir.

Mesmo que queira mais dos seus carinhos, eu obedeço e tento relaxar para adormecer. Demoro quase uma hora para conseguir isso, contudo quando dou por mim, durmo.

(....)

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