27

502 86 8
                                    

     27

       Xiao Zhan

Desperto da inconsciência quando sou jogado contra um chão frio e sujo. Antes de abrir os olhos sinto uma dor dilacerante na cabeça.
Permaneço alguns instantes perdido, sem saber onde estou e tentando descobrir como me machuquei.
Automaticamente, tento levantar a mão para verificar a lesão, mas alguém pega em meu pulso e isso me faz abrir os olhos sobressaltado.

Ao visualizar um guerreiro, com uma vestimenta tendo um adorno do emblema da família do meu inimigo na frente da roupa, solto um rosnado animalesco fazendo-o ir para trás com o susto. Por causa disso, eu relembro como vim parar aqui e uma raiva sufocante borbulha em meu peito e dou um chute em seu calcanhar, com uma força tão grande, que ele cai sonoramente no chão.

Como fica meio perdido, deitado no solo gelado, isso me dá tempo de levantar, pegá-lo pelo braço e perguntar:
— Cadê a meu ômega?

O idiota tem a ousadia de dirigir-me um sorriso insinuante antes de responder com a voz fraca.
— Com o senhor Baldrick. — Mesmo que aperte mais seu braço de ódio, ele continua:

— Ele está desfrutando do ômega, tornando-o dele...
Não o deixo terminar e dou-lhe um soco no rosto deixando-o tonto, em seguida pego em sua espada e enfio no peito dele. Insiro algumas vezes e depois rodo a arma para acabar com sua vida com mais rapidez. Ele solta alguns gemidos finais até que morre com os olhos abertos para mim em súplica.
Sem sentir um pingo de pena, viro-me para sair, apressado, e noto que me trouxe para o calabouço e meu sangue ferve de fúria com essa humilhação.
Enquanto saio questiono-me onde estão todos os meus guerreiros e criados da casa. Não é possível que todos morreram, porque se isso acontecer irei ter a certeza de que só consegui que a Batalha de Azincourt tenha sido ganha por pura sorte. .

Assim que subo do porão para o primeiro andar do castelo ouço gritos, urros de guerra e vou em direção contrária, pois preciso, antes de mais nada, tirar meu ômega das garras daquele homem desprezível. Imagens dele deslizando aquela mão nojenta na pele sedosa dele faz com que eu comece a correr em desespero. Ele não pode violentar meu Yibo, como o pai dele violentou a minha mãe!
Será que fiquei tempo demais desacordado?

Dando tempo o suficiente para...? Não consigo concluir o raciocínio porque só de pensar já faz com que minha respiração fique difícil e vejo tudo vermelho.

Quando chego ao andar do nosso quarto aparece um guerreiro na minha frente como se estivesse vindo do céu, mas ele apareceu do nada porque virei o corredor preocupado com Yibo, então não previ sua chegada. Esse sentimento que possuo por ele me mantém distraído demais!
Uma fúria me consome por causa disso, entretanto, não consigo me arrepender de sentir tudo isso , pois os momentos vividos ao seu lado proporcionaram-me alegrias indescritíveis. Contudo, a única coisa que me arrependo é o fato de não ter previsto que Alexander iria invadir minhas terras logo hoje. Provavelmente, planejou tudo nos mínimos detalhes, até o encontro com ele mais cedo. Obtendo a ajuda da MianMian deve ter facilitado muito.

Quando o guerreiro tenta me atingir, eu saio desses pensamentos sombrios e foco no objetivo de matá-lo com a maior rapidez possível para poder evitar que meu inimigo faça mais mal .
Consigo desviar com facilidade, portanto enfio a espada nele com uma força, que o faz ser jogado para o chão com um impacto impressionante.
Não vejo se morreu, mas logo vejo Kennan lutando com três e SuShe matando dois quase ao mesmo tempo. Por alguns segundos, eu olho a cena orgulhoso, porém logo sou despertado por outro guerreiro de Alexander que tenta me atacar, por esse motivo sou obrigado a entrar na luta e ser o guerreiro que treinei pra ser .
O desespero que me consome faz com que eu lute com uma brutalidade que até me surpreende. Nunca fui tão violento, porém a angústia de Yibo estar sofrendo  faz toda a atenção perdida, voltar com tudo e defendo meu castelo com garra, dignidade e barbaridade.

(....)

Não escolhi você Onde histórias criam vida. Descubra agora