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    Wang Yibo

— Cuidado, ômega! — Alexander grita fazendo-me ir para trás amedrontado. Quando continua a falar sinto calafrios perpassar meu corpo de pavor e engulo em seco.
— Se me machucar de novo irá se arrepender.

Meus olhos arregalam com o brilho assassino em seu olhar. Porém, após alguns segundos, ele sorri, parecendo um lunático, e pega na minha mão.
— Perdoe-me, mas você poderia limpar meu machucado com mais delicadeza?

Trêmulo, tento fazer o que pede, no entanto o medo me consome de tal maneira, que quase o machuco de novo. Acredito que não tenha percebido porque não diz nada, apenas fita-me com os olhos iluminados de cobiça.
Meu sangue gela, sendo assim, prossigo na limpeza da forma mais lenta possível, pois é a única maneira de adiar o que pretende fazer. Como creio, veementemente, que Xiao Zhan virá me salvar, pretendo prolongar mais o tempo distraindo Alexander.

Meu marido sendo o guerreiro que é, não irá permitir que o castelo seja dominado, e igualmente, acredito que não vai se deixar ser morto enquanto eu poderá ser... Minha respiração falha e meu coração para de bater por alguns segundos, tendo em conta que só de imaginar suas mãos tocando meu corpo uma sensação de náusea apodera-se de mim porque é pavoroso demais. Espero, encarecidamente, que meu marido me ame mesmo e faça de tudo para me socorrer depois que despertar da inconsciência.
Quando Alexander veio querendo me beijar e tocar, logo a seguir à saída do seu guerreiro arrastando meu esposo porta afora, eu argumentei que seria bom cuidar do ferimento primeiro porque poderia infeccionar. Na hora, ele fitou-me muito sério e analisou meu rosto para ver se eu mentia ou sei lá o quê se passou em sua mente, porém em seguida seus olhos iluminaram de satisfação e informou que adoraria ser cuidado por mim, já que MianMian se ofereceu, mas ele não quis.

Não tive interesse em perguntar o motivo, à medida que estava grato pela pequena vitória.
Então, ele retirou o pano no peito e sentou na cama. No instante que encostei, Alexander berrou comigo, portanto, tremendo da cabeça aos pés, eu deslizei um tecido molhado, que molhei na bacia que mantenho aqui no quarto para me banhar, passando bem de leve na ferida aberta que está criando um pus branco avermelhado. Não obstante, ele reclamou muitas vezes, até que ameaçou-me há pouco, fazendo com que eu sinta que essa ínfima vitória tenha um curto fim.
Alexander solta um gemido e saio desses devaneios pulando assustado.
Após passar alguns segundos e eu notar que não vai berrar ou me agredir, continuo bem delicadamente. Limpo bem, depois vejo se acho algo para desinfetar; como não acho sugiro tentar procurar e fito-o com um pedido mudo.
Com um semblante fechado, ele diz:
— Obviamente que não!

— Mas precisa tratar bem disso. Conheço uma erva que irá cicatrizar rapidinho essa lesão.
Apesar de pensar numa erva para matá-lo, não minto quando digo isso, pelo fato de conhecer algumas ervas de cura.

— Você está achando que sou idiota?

Não respondo porque a vontade foi de retrucar que sim. Suspiro cansado e tento mais uma vez.
— Senhor Baldrick, embora eu queira que morra pelas mãos do meu marido — seus olhos acendem como fogo pelo que digo, parecendo que não gostou nada da minha honestidade — estou sendo sincero quando digo que, se não passar uma erva para cicatrizar, você pode até... — Eu paro, colocando uma mão no queixo ao lembrar-me de um guerreiro de papai que não cuidou de um ferimento e com o tempo infeccionou, ocasionando uma febre e após isso definhou e morreu. Com um sorriso brilhante, eu mudo meu argumento, sentindo uma coragem que até então não havia se pronunciado em meu íntimo. — Realmente acho que tem razão. Para quê cuidar disso aí se meu marido vai matá-lo da mesma forma que a febre que virá dessa infecção? Para ser franco, Xiao Zhan irá evitar que tenha uma morte lenta. Deveria agradecê-lo.

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