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     Xiao Zhan


— Onde está SuShe? — questiono Zhy, um dos meus guerreiros mais novos que está sendo treinado por ele.
Como tenho muitos homens, e nem todos participaram de uma guerra, eu divido-os em grupos e eu, SuShe e Kennan os treinamos para serem capazes de proteger o castelo, caso seja invadido.
Quando deixei meu grupo treinando o que orientei mais cedo, fui fazer o que faço sempre: observar os outros grupos para ver o andamento dos treinos; e por essa razão estou à procura de SuShe, ele deveria estar com seu grupo de homens, mas seus guerreiros estão sozinhos treinando com um martelo de guerra pequeno que é muito útil no combate sozinho, uma vez que pode destruir uma armadura se o golpe for certeiro. Os de maior tamanho são melhores quando se luta em cima do cavalo.
— Não sei, milorde — responde sem fôlego e com o corpo coberto de suor pelo exercício.
— Ele saiu sem dizer nada.

Franzo o cenho confuso porque SuShi não tem esse costume de sair dessa maneira. Vou ao pátio ver se ele está por lá, mas não o vejo, apenas a criada de Yibo que está olhando a floresta com o semblante aflito.

— Está tudo bem?

Ela dá um pulo assustada, fita-me com os olhos arregalados, mas depois vira em minha direção e com a voz chorosa começa a falar com rapidez:
— Yibo ficou magoado com o tratamento dos criados. — Meu sangue ferve de raiva com a possibilidade deles o terem ofendido.

—Permita-me comentar que eles foram extremamente desrespeitosos chamando-o de varapau, acho isso…

— O quê? — grito inconformado cortando-a.
— Isso mesmo que ouviu. Eles o ofenderam e ainda disseram que iriam apenas ouvir MianMian , então Yibo saiu em disparada para a floresta e SuShe me pediu para ficar aqui, pois iria buscá-lo.

Não estou conseguindo acreditar que aquelas pessoas que são pagas para fazer o que mando desrespeitaram o ômega do castelo.
Respiro fundo pensando que isso não iria ficar assim. Encaminho-me para dentro do castelo e, antes de chegar à cozinha, os ouço gargalhando com o comentário da cozinheira dizendo que não vão acatar aos comandos de um varapau sem graça, e quando escuto MianMian  replicando, rindo também, que estão fazendo o correto eu descontrolo-me e entro berrando:
— Quem vocês pensam que são para desrespeitarem meu ômega?

Todos no recinto ficam com os olhos arregalados de assombro.
— Se eu souber que ofenderam ou debocharam dele de novo podem ter certeza de que sairão desse castelo logo em seguida.
Pressionando minha mandíbula com força, olhando a todos com um olhar beligerante, deixo bem claro que estou falando sério.
— Calma, querido. Eles só estão acostumados comigo — MianMian  manifesta-se e uma raiva consome-me de uma maneira que avanço em sua direção e isso a faz andar para trás com o semblante assustado.
— Tenho certeza de que essa atitude deles foi a mando seu. Quero que saiba que se continuar assim terá que ir embora.

Seus olhos parecem que saem pelas órbitas. Provavelmente nunca imaginou que fosse dizer isso dessa forma.
— Você... não teria coragem!

— Claro que teria!

— Quer dizer que você pode ofendê-lo, mas ninguém mais tem esse direito?

Meu sangue borbulha no peito de ódio, pelo fato dela ter razão.
Contudo, desde que acordei hoje, estou determinado a mudar meu comportamento, pois perder Yibo será muito mais doloroso do que me preocupar com o que os outros pensam. Eu só não expulso MianMian  porque
sei que ela não tem para onde ir, mas deixarei bem claro que ela não é mais a minha amante. Agora eu só quero Yibo em minha cama, e a mesma terá que aceitar isso.

— Não, ninguém pode fazer isso, nem eu. De agora em diante, ele será tratado com dignidade e respeito aqui. Entenderam?

Em uníssono eles respondem que “sim”, menos MianMian , então a encaro de maneira que ela entenda que ou acata ou vai embora, portanto engole em seco e apenas balança a cabeça, sinalizando positivamente.

Dando minha ordem, saio de lá vendo tudo em vermelho de tanta raiva que sinto, sendo assim, paro um pouco e respiro fundo para me acalmar.
Quando vejo que meus batimentos cardíacos estão normais me encaminho até o pátio e visualizo Yibo vindo em direção da Isaura com SuShi abraçado a ele. Por esse motivo, minha raiva volta com tudo e quando os alcanço, pego Yibo pelo braço com violência.

— Que intimidade é essa com ele, SuShe? — Algo passa em minha mente e sinto um gosto amargo na boca. — Vocês foram se encontrar, é isso?

Yibo fita-me sobressaltado e magoado, já meu amigo olha-me com ressentimento e fúria.

— Não posso acreditar que estou ouvindo isso! — profere abismado.

— Eu que não acredito que...

Não continuo porque Yibo desvencilha-se de mim e antes de sair, deixando sua criada fitando-me ressentida, olha meus olhos com ira. O fato dele não dizer nada para se defender corrói-me por dentro. Será que foram se encontrar mesmo? Como dois amantes?
A imagem dos dois juntos me faz ter uma atitude insana, dando um soco no rosto do SuShi fazendo-o cair no chão. Isaura solta um grito surpreso e vai para trás amedrontada.

— Se encostar o dedo Yibo de novo, eu te mato!

— Mas, não é... — Retiro-me, pois olhá-lo está me fazendo mal, no entanto ele vai atrás de mim. Mesmo que tenha ficado irritado com a minha violência, ele parece mais interessado em se explicar. — Xiao Zhan , espera!
Você precisa saber!

— O quê? — Viro-me e ele acaba esbarrando em mim. — Não quero ouvir. Me deixa em paz!

Dito isso saio em disparada atrás da Yibo para tirar satisfação, sentindo o peito arder com a decepção e dor da traição. Só em lembrar deles vindo abraçados sinto como se algo me cortasse ao meio. Será que está fazendo isso para se vingar por todas as vezes que o magoei? Se for isso, ele irá se arrepender por ter deixado outro  alfa tocar nele.

(....)

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