Mais uma vez

Sou humana

Quer saber o quão pequeno, frágil e vulnerável é? Basta ser seguida por um homem que não conhece. Que ele te confesse em sua cara que lhe segue, conhece tuas rotinas, que ele lhe diga assim sorrindo e com a maior naturalidade do mundo.
Porque tudo bem ser um stalker.
Agora vá embora sozinha, de madrugada, ande na rua deserta e sentirá, de verdade, o quão pequena é.
É como se a vida me mandasse um lembrete, a rua nao é minha. Minha vida também não.
É como se ele quisesse me mostrar que toda essa minha independência e auto-suficiência é mentirosa. A vida quer apenas me mostrar que eu preciso de alguém, nao tenho ninguém.
Eu aprendi isso esse ano.
Agora odeio essa ideia de que somos o suficiente para nós mesmo, melhor só e blablabla, porque precisamos de alguém. Nao somos seres que nasceu para viver isolados, mas sim em bando. Somos sociáveis, tais como ratos.
Eu sei partir.
Muito embora você e outras pessoas possam pensar que nao.
Que estou sempre de boa, desfilando por ai como se a rua fosse minha e o tempo fosse meu.
Que parece que minha vida é perfeita e que sou incapaz de derramar uma lagrima
Se tento tanto nao me afogar na minha poça d'água. Sao tantos anos...
Nao vou atribuir minha miséria a voce, como bem sabe voce nao é tudo isso. Agora estou falando de mim, nao de você. Por Deus, nao seja pretensioso e mais arrogante do que já é.
Eu quero que vocês entendam que eu me parto em mil pedaços, queria poder dizer que me reconstruo juntando meus caquinhos, mas a verdade é que nao tem como colar os cacos
As vezes é melhor joga-los para debaixo do tapete.
Estou cansada.
Nao queria ter de ir.
Queria que me pedisse para ficar. Que estou louca!
Odeio estar certa sobre coisas ruins, eu sempre estou certa sobre coisas que me sao ruins.
Você nao esta aqui é ruim.
Mas tudo bem, tudo um dia passa.
Ando chegando em segurança em casa, um pouco da rua ainda é minha
Um pouco do tempo também é meu
Parte da minha vida é minha
E meu amor, nao sei se sera seu