Mais uma vez

Sandrinha, engole o choro!

Agora eu quero conversar com a Sandrinha, eu sei que quero fazer um desses só para ela, mas a gente se entende.
Sandrinha, sempre achei um luxo essa coisa de poder chorar.
Essa história de calada vence, é mentira. Mentira pura, querem apenas que sangremos em silêncio para não incomodar.

Sabe qual a pior parte? É querer falar, se calar.
Gritar, se calar.
O silêncio dói. Não. Apenas para o outro, mas para mim também.

Eu queria gritar! Condenam as pessoas que o fazem, mas é um ato de coragem e liberdade. Olhar para o outro e questionar, porquê? O porquê das coisas. É muito chique. Eu acho.

Você espernia, grita, bate, se dopa! Você cai. A vantagem de estar no chão é a oportunidade de se levantar.

A desvantagem em fingir que não caiu é que você nunca levanta, e ainda usa o discurso sobre ser forte com frases motivacionais e a imagem de um leão. É tudo tão idiota!

Eu queria gritar. Eu queria falar. Eu queria te dizer, te pedir para ficar mesmo que seja errado, mesmo que eu entenda que se você quisesse ficaria. Mas as pessoas se confundem, não é?

Agora para você.

Você poderia estar confuso também.

Por favor, esteja!

Eu queria te dizer, gostei de você! Gosto de você. Eu me arrisco a dizer, acho que me apaixonei!

É, isso.

Mas uma vez.

Eu não sei ao certo qual é a sensacional. Mas se for essa, então mais uma vez amei sozinha.

Rezo para os sintomas passar, mas rezo para você voltar.

É eu sei, sou importuno até para Deus. Mas ele entendi, eu juro. Ele há de entender.

Estou esperando sua volta.

Mas não demora demais não, pois não quero correr o risco de não te querer mais.

E gostaria de lhe pedir com carinho, me deixe falar.
Deixe eu falar tudo e só escuta. Me deixe chorar também, apenas uma vez e então me Abrace.

Dessa vez, só dessa vez.