Mais uma vez

Somos todos especiais

Eu acho engraçado essa ideia que se propaga na internet de sermos uma grande perda. De sermos a melhor coisa na vida de alguém e de ser um completo absurdo o outro achar que encontrará alguém melhor do que nós.
Ele irá encontrar.
É muito pretensioso tudo isso, é de uma vaidade estúpida, disfarçada de discurso de de amor próprio. Não podemos simplesmente aceitar que o outro não goste de nós, que para o outro não somos o resultado de sua busca. Simplesmente, somos nada.
É necessário reconhecer que somos muito, mas isso tem de ser na mesma proporção de entender nossa insignificância.
Não, você não é tudo isso.
Você não é uma grande perda.
Você é só mais uma pessoa.
Só mais um.
Nem tudo é sobre coisas especiais e permanentes, há coisas que são passageiras.
Eu sempre soube que seriamos isso, passagem. Um momento bonito, não, um momento gostoso.
E que talvez não seja necessário uma grande despedida, uma conversa. Se para você acabou, para mim também.
Só te peço, não venha me procurar.
Lembranças, são apenas isso.
Você me ofereceu um copo meado, lembra? Resolveu ir esvaziando ele depois de te-lo enchido.
Resolveu me deixar na sede.
Me deixou apenas gotas.
Então não volte! Fique aí.
Saiba, que não vai entrar.
Eu já entendi, para você não sou tudo isso. Não sou especial, apenas um momento gostoso. Tal como, preserve essa lembrança!
Eu já saberia que em meados de novembro você não estaria aqui. Agosto sempre foi 8 ou 80, ou é bom ou não, mas você fez ser 85.
Setembro que sempre foi um 85, Resolveu ser o 9. E outubro sempre foi a merda que sempre é, e novembro? Novembro sempre é novembro.
Eu sabia que você não estaria aqui.
Sabia que estaria infeliz, não vou atribuir todas as minhas desgraças a você. Não, eu não vou.
Mas eu sabia.
Tudo em minha vida tem um prazo de validade, bem curto e mesmo sabendo, sempre sofro.
Porque mesmo sabendo que vou ser deixada para trás, me permito distrair, me iludir. Porque mesmo que por instantes, me aproveito do sentimento de ser querida.
E quando tudo acaba, lembro que não passa de mentiras.
É um ciclo.
É como quando você não tem ar, o pouco que entra te alivia, mas depois lhe é tomado novamente!
Como tudo em minha vida.
Ela não me pertence.