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Maratona 1/5

𝐌𝐚𝐣𝐮'𝐬 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰

28 de setembro
Quinta feira

Estava deitada com o Gabriel, prontos pra dormir.

Alguém começou a dar pancadas na porta.

-MAJU, VEM AQUI.- Dhiovanna grita.

Eu e Gabriel nos olhamos sem entender e eu fui até a porta.

Abri e coloquei apenas o meu rosto pra fora, já que eu estava apenas de lingerie.


-Meu pai tá passando mal.- ela diz desesperada.

-Tô indo.- digo fechando a porta.

Peguei a primeira blusa do Gabriel que eu vi pela frente e vesti um short jeans.

-O que houve?- Gabriel levanta preocupado.

-Não sei bem.- digo e saio correndo do quarto.

-Ele tá na cozinha.- Dhiovanna diz desesperada quando eu saio do quarto e eu corro até lá.

Ele estava inconsciente no chão da cozinha e eu ajoelhei pra checar o pulso dele.

Ele estava sem batimentos.

A essa altura, todos já estavam lá ao redor.


Rapidamente eu iniciei uma massagem cardíaca.

-Gabriel, pega meu celular e liga pra ambulância de onde eu trabalho. Avisa que a Doutora Magalhães precisa de uma ambulância com urgência.- digo sem parar a massagem e ele corre pro quarto pra pegar o meu celular.


Fiquei fazendo a massagem até a ambulância chegar.

Quando chegaram, eu parei e graças a Deus ele já tinha algum pulso.

Era fraco, mas tinha.

Colocamos ele na cama e eu entrei na ambulância.

Gabriel fez menção de entrar na ambulância.

-Gabriel, você vai ficar com a sua mãe, e vocês vão me encontrar no hospital. Ela precisa de você.- digo pra ele.

A ambulância deu partida e o carro deles estava logo atrás.

Os socorristas foram fazendo a massagem cardíaca pra que eu pudesse descansar os braços um pouco.

Quando chegamos, levamos ele direto pra um leito na emergência e começamos a fazer os exames.

Quando ele estabilizou, fui falar com o Gabriel, Dhiovanna, Lindalva e Fabinho.

-E aí? O que aconteceu?- todos se levantam e Gabriel pergunta quando me vê.

-Ele teve uma parada respiratória. Ele tá no quarto agora e vocês podem entrar, a gente conversa mais a fundo sobre o que ele tem e sobre as opções que vocês tem agora.- digo.

-Vamos.- Lindalva diz.


Entramos no quarto e Dhiovanna voltou a chorar ao ver o pai.

Dhiovanna e Lindalva se sentaram ao lado dele.

-O que aconteceu?- Valdemir me pergunta.

-Você teve uma parada respiratória. Essa é uma das formas de manifestação da doença coronária.- começo.

-Essa doença é provocada pela obstrução dos vasos que levam o sangue oxigenado para o coração. O entupimento acontece por um processo gradativo de placas de gordura na parede dos vasos, o que limita e até mesmo bloqueia a passagem do sangue pro coração.- digo.

-Ele tem dois dos fatores de risco que aumentam a gravidade da doença, pressão alta e antecedentes familiares.- digo.

-E o que a gente faz agora?- Dhiovanna diz segurando o choro.

-Tem dois tipos de tratamento invasivo pra essa doença, a angioplastia, que é via cateterismo e o cirúrgico.- começo.

-No procedimento cirúrgico, o peito do paciente é aberto, é retirado um segmento de vaso de outro lugar do corpo, e se faz uma ponte para desviar da parte obstruída, é uma espécie de atalho para permitir a passagem do fluxo sanguíneo.- digo.

-E tem a angioplastia, que é uma técnica não cirúrgica e menos invasiva, ela desobstrui a própria região com a lesão para restabelecer o fluxo do sangue pela via natural. Nesse procedimento guiado por imagem, o médico insere, através dos vasos da perna ou dos braços do paciente, um cateter unido a um balãozinho. Inflando esse balão, ele modela a área afetada pela obstrução, alargando o canal interno do vaso. Depois, coloca o stent, que é uma peça metálica que visa garantir que a dilatação do vaso se mantenha.- explico.

-E qual delas você recomenda?- Lindalva pergunta.

-Na maioria dos casos a angioplastia é mais indicada por ser menos invasiva. Mas no caso dele eu recomendaria a opção cirúrgica.- digo.


-Vocês decidem entre essas duas opções e o cirurgião vai realizar o procedimento.- digo.

-O cirurgião não, você.- Gabriel diz.

-Gabriel, tem ótimos cirurgiões de plantão. Eu conheço eles, são todos muito bons.- digo.

-Mas eles não são você, a gente quer você. Você tem que operar.- ele diz.

Respirei fundo pensando no que fazer agora.

Operar o pai do Gabriel é uma responsabilidade grande demais.

Não é uma cirurgia tão difícil mas toda cirurgia tem um risco.

E se torna mais difícil por ser o pai do Gabriel.

-Maju, por favor.- Dhiovanna diz.

-Não pressiona. Ela sabe o que é melhor.- Fabinho diz.

-Maju, se você achar que consegue, a gente quer você opere, mas se não, a gente quer que você recomende o melhor que você conhece.- Lindalva diz.

-Ela consegue. Eu sei que ela consegue.- Gabriel diz.

-Você não quer a Maju perto de você?- Fabinho diz.

-Quero. Mas o meu pai precisa mais dela.- ele diz.

-Para de pressionar a menina.- Valdemir diz.


-Eu opero. Eu vou operar.- digo.


-Vou chamar a equipe e pedir pra prepararem ele.- digo saindo do quarto.


Fabinho saiu do quarto e veio falar comigo.

-Eu e você somos os mais cabeça no lugar agora. Não deixa o Gabriel te pressionar. Ele tá com medo e confia em você, mas é o pai do seu namorado. Se você achar que é coisa demais a gente conversa com ele.- ele diz.

Respirei fundo e pensei um pouco.

-Eu dou conta. Fica com o Gabriel, saber que ele tá bem vai me deixar mais tranquila.- digo e ele concorda com a cabeça, voltando pro quarto.


Chamei toda a equipe e mandei todos pro quarto pra prepararem ele.

Enquanto eu trocava de roupa, repassei todo o procedimento na minha cabeça no mínimo umas 500 vezes.

Depois, fui no quarto conversar com eles antes de entrar no centro cirúrgico.

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Maratona surpresa e coisinhas leves🫠🫠🫠

Comentem demais que eu já já volto com o próximo capítulo.

não te amo.- gabriel barbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora