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𝐌𝐚𝐣𝐮'𝐬 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰

10 de Janeiro de 2024.
Véspera do casamento.

Inexplicável tudo que eu tô sentindo agora.

Um misto de sentimentos muito grande.

Estou arrumando tudo pra irmos pro hotel.

Vamos dormir lá hoje, as mulheres em um quarto e os homens em outro.

Aproveitamos porque esse hotel é bem perto do local da cerimônia, então vamos de van amanhã.

Mas óbvio que em vans separadas, porque a minha sogra, a minha dinda e a Dhiovanna não querem me deixar ver o Gabriel de jeito nenhum.

Falam que da azar ver no dia do casamento e bla bla bla.

-Foi tudo, né?- Marília olha as malas.

-Ih, o vestido.- lembro e nós duas começamos a rir.

-O principal, Maria Júlia.- ela diz e a gente gargalha.

Pegamos o vestido, as malas e fomos colocar tudo no carro.

-Meu Deus, tô muito nervosa.- digo quando damos partida no carro.

-Acho que vou ter um ataque.- digo.

-Não inventa.- minha dinda diz e eu dou risada.

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Amor❤️

Amor
Como tá por aí?

Tô muito nervosa
Juro
Acho que a ficha tá caindo
Uns 30 minutos a gente chega no hotel
E vcs?

A gente deve chegar em uns 40
E respira
Vai dar tudo certo
Só não vale me largar no altar

KKKKKKKKKKKKKKKKK ridículo
Guto e Totoi estão bem?

Dormiram agora
Mas estão bem

Ok amor
Te amo

Te amo

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Assim que chegamos, subimos pro nosso quarto, que era no último andar.

-O quarto deles é aqui, do ladinho.- Marília aponta.

-São as duas presidenciais.- Anna diz.

-Bom que eu consigo dar uma escapadinha de noite pra ver o Gabriel.- brinco e todas elas me olham.

-Nossa, gente, é brincadeira.- reclamo.

Entramos e organizamos tudo.

Marília e eu ficamos no mesmo quarto, visto que se eu dormisse sozinha hoje era capaz de ter um infarto.

Depois, nos sentamos juntas na sala e ficamos conversando.

-Como tá o coração?- Marina pergunta.

-Tô muito ansiosa.- respondo e elas riem.

-Tipo, é muito surreal, eu vou CASAR amanhã.- digo.

-Tô com medo de chorar muito.- Marília diz.

-Você vai chorar muito.- Camila fala e eu dou risada.

-Tô me segurando pra não começar agora.- ela diz.

-Eu sempre choro em casamentos, nesse então.- Anna diz.

-Não costumo chorar, mas esse eu acho que vai ser excessão.- minha sogra diz.

-Tô com medo de chorar muito e ficar feia nas fotos.- digo rindo.

Continuamos conversando e logo ouvimos vozes no corredor.

E alguma coisa caindo também.

São eles, óbvio.

-Porra, Fábio, tu tá cego?- escutamos a voz do Gabriel.

-Mano, que corredor pequeno.- Fábio reclama.

O corredor é gigante.

Nós rimos da situação.

De quem foi a ideia de deixar os homens tomando conta deles mesmos?

Fui pro quarto pensar um pouquinho, ver se eu conseguia ficar um pouquinho menos ansiosa.

Me deitei na cama e fiquei mexendo no celular.

Vi algumas fotos minhas com o meu avô, e já tem tempo que eu só consigo pensar em como eu queria que ele estivesse aqui.

Comecei a chorar enquanto olhava as fotos, nunca aceitei de verdade o meu avô ter ido.

Como pode Deus tirar de mim a pessoa que eu mais amava no mundo?

E ele ia AMAR o Gabriel.

Ia amar como ele cuida de mim, como ele é bom comigo, ia falar com ele sobre futebol...

E é muito injusto que ele não esteja aqui pra viver isso junto comigo.

Ele sempre conversava comigo sobre o dia do meu casamento, falava que precisava ser com alguém especial, que me valorizasse, que eu precisava estar feliz, e que então, ele me levaria até o altar.

Só faltou ele pra tudo ficar completo.

Não existe um dia em que eu não sinta saudade do meu avô, mas tem uns dias que a saudade aperta mais do que outros, esse é um deles.

Acho que gente nunca supera a morte de alguém assim, a gente só aprende a conviver com a dor.

Mas tem dias que não dá.

Tem dias que é exaustivo fingir que não sente saudade.

E eu sinto muita saudade de ser a "princesinha do vovô."

As lágrimas começaram a descer mais rápido e o ar começou a faltar no meu corpo.

Logo, Dhiovanna entrou no quarto.

-MAJUUU, vamos tirar fotos.- ela diz animada parando logo em seguida, ao me ver chorando.

-MARÍLIA.- ela grita vindo me ajudar no mesmo instante.

-Oi.- Marília entra.

-O que houve?- Marília pergunta ao me ver.

-Não sei, ela não consegue falar.- Dhiovanna diz.

Elas ficaram tentando me acalmar, chamaram a minha dinda, mas nada fazia esse sentimento ir embora.

-Chama o Gabriel, eu preciso dele.- me esforço pra conseguir dizer.

-Vai lá.- Marília diz pra Dhiovanna.

-Minha filha, se acalma.- minha dinda tenta dizer.

-Amiga, você tá me deixando preocupada.- Marília diz.

-Deve ser o estresse.- minha dinda diz.

Elas me deram um copo de água e eu só queria que o Gabriel entrasse logo por aquela porta.

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Estou 🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺

Comentem MUITO que eu já volto!

não te amo.- gabriel barbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora