𝐌𝐚𝐣𝐮'𝐬 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰Acordei sentindo a pressão no pé da barriga bem mais forte.
Eu sabia que o Gabriel já tinha saído pro treino por sentir ele se levantar da cama e depois deixar um beijo na minha bochecha antes de sair de casa.
Levantei pra fazer xixi e senti uma pressão mais forte ainda.
Logo, comecei a sentir uma dor inexplicável.
Não sei se quero gritar, chorar, rir, realmente não sei.
Liguei pra Marília, já que o Gabriel demoraria no mínimo 30 minutos pra chegar em casa, já que estava no treino.
-Alô?- ela atende.
-Marília, acho que vai nascer.- digo quase sem forças pra falar, de tanta dor.
-COMO ASSIM?- ela grita.
-Acho que tô tendo contrações, o Gabriel tá no treino, não sei o que fazer.- digo.
-Tô indo pra i, não inventa de se mexer muito.- ela diz.
-Tá bom.- digo desligando em seguida.
Que dor é essa, Jesus, pelo amor.
Sentei na cama novamente e fiquei contando o tempo entre as contrações.
Me contaram que doía, mas não tanto.
-CHEGUEI.- Marília abre a porta do quarto.
-E AÍ?- ela me olha.
-Tá doendo muito.- digo quando outra contração vem, e ela segura as minhas mãos.
-Já ligou pro Gabriel?- ela pergunta.
-Não, ele vai infartar.- digo.
-Mas você pode estar parindo, ele precisa saber.- ela diz.
-O que que a gente faz agora?- pergunto.
-Liga pra Marina.- ela diz pegando o telefone e ligando pra Marina em seguida.
Elas se falaram por alguns segundos e logo desligaram.
-Bora pro hospital.- Marília diz me ajudando a levantar.
-EU VOU PARIR? NÃO POSSO PARIR AGORA, O GABRIEL NÃO TÁ AQUI.- digo desesperada.
-NÃO SEI, A GENTE LIGA PRA ELE NO CAMINHO.- ela diz.
Com muito esforço, fomos até o carro e lá eu liguei pro Gabriel.
-Oi amor.- ele atende.
-Olha, não pira, tá bom? Mas eu tô indo pro hospital.- digo.
-QUE? PORQUE?- ele grita.
-Tô tendo contrações, a Marília tá me levando, tá tudo
bem.- digo tentando tranquilizar o mesmo.-Vai nascer? Eu vou pedir liberação e vou encontrar vocês.- ele diz.
-Amor, se acalma.- digo.
-Eu tô calmo.- ele diz e sua voz afina.
-Tô vendo, tá muito.- digo.
-Eu já já tô aí.- ele diz.
-Não vou soltar essa criança daqui enquanto você não chegar, relaxa.- digo rindo.
-Para de brincadeira, Maria Júlia.- ele diz tenso e eu dou risada.
-Estamos chegando no hospital, já te mando notícias.- digo desligando ao sentir mais uma contração vindo.
Estacionamos e nos levaram até um quarto, Marina logo entrou pela porta.
-Tá pronta?- ela começa a me examinar.
-Não.- choramingo.
-Pois trate de ficar.- ela ri.
Ela terminou de me examinar e o Gabriel entrou pela porta feito um louco.
-NASCEU?- ele olha pra todos os cantos.
-Foi alarme falso. Contrações de treinamento.- Marina ri.
-Você quase me matou de susto.- ele massageia o peito olhando pra mim.
-E a sua filha quase me matou de dor.- digo e eles riem.
-Pois se prepara, quando chegar a hora elas vão ser um tanto piores.- Marina diz.
-Poxa, amiga, fico bem tranquila assim.- debocho.
Marina explicou que pode ser que ainda demore a nascer, que é normal essas contrações de treinamento, e que a pressão que eu tô sentindo é porque ela já tá encaixada pra nascer.
As contrações pararam e a Marina disse que até a bebê nascer, é vida normal.
Essa criança quer me torturar mesmo.
Tive alta e nós fomos pra casa.
-Tá com dor ainda?- Gabriel pergunta me ajudando a descer do carro.
-Não, tô normal. Ela só queria testar nossos corações mesmo.- digo e ele ri.
-Que susto, saí do CT igual um maluco.- ele diz quando chegamos no quarto e eu dou risada.
-Vai voltar agora que tá tudo bem?- pergunto.
-Eu até ia, mas o Tite me liberou pra não te deixar sozinha.- ele diz se deitando do meu lado.
-Que bom.- me aconchego no abraço dele.
Nós ligamos pros pais do Gabriel e pra Dhiovanna, avisamos pra eles do que aconteceu, e eles decidiram vir pro Rio hoje, pra não correr o risco de não estarem aqui quando nascer.
Eles vão ficar na casa do Fabinho, como vamos estar com uma recém nascida em casa, é melhor que eles não fiquem aqui 24 horas por dia.
Depois disso, acabamos pegando no sono.
[...]
Vamos pra casa da Marília agora.
Eu, Gabriel, Arrasca e Camila vamos jantar lá.
[...]
-O Gabriel saiu do CT desesperado, achei que já tava até nascendo.- Éverton diz.
-Eu também, mano.- Gabriel diz e nós gargalhamos.
-Uma dor desgraçada.- digo.
-Imagino. Mas já tem previsão de quando vem?- Camila pergunta.
-A Marina disse que acha que vem no início da próxima semana. Eu tô achando que ela vai enrolar até a próxima sexta.- digo.
-Eu acho que ela vem hoje.- Gabriel diz.
-Espero que não, já senti dor o suficiente pra um dia só.- digo rindo.
Ficamos conversando no sofá e eu só sentia a Liz mega agitada dentro da barriga.
Tá querendo fazer gracinha pra se redimir pelo susto que deu na gente hoje.
E pelo visto deu certo porque agora tá todo mundo bobo olhando pra minha barriga.
Nem nasceu e já tá arquitetando planos. Ninguém consegue se irritar com a diva.
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não te amo.- gabriel barbosa
Fanfic"Eu juro, eu não te amo, eu só bebi demais, amor..." Parte2