Capítulo 31 - Autumn: Park Jihyo, a profeta

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Pov Mina

Assim que o sol nasceu eu já estava de pé do lado de fora do Chalé 7, a cabine de Apolo. Eu estaria mentindo se dissesse que não estava nervosa, pois estava até mesmo tremendo e batendo o pé no chão. A porta finalmente se abriu, revelando uma baixinha de cabelos bem negros, e uma cara amassada. Jihyo esfregava os olhos e bocejava, ela ficava extremamente fofa quando fazia algo assim. Porém quando seus olhos castanhos baterem em mim, sua expressão foi fechando aos poucos.

- Cadê a Chaeyoung? – ela indagou começando a andar.

- Dormindo ainda, provavelmente – dei de ombros e a segui – Não fui até lá ainda. Precisamos dela? Pensei que era algo só comigo.

- Não, só to surpresa, a Chaeyoung está como um cão protetor com você. Sempre por perto – Jihyo falou – Seria legal se ela fosse assim com os outros e não só com você.

- Na verdade ela é – ri baixo – Só que de mal humor. Mas ela sempre ta lá pra ajudar, mesmo que rosnando.

Jihyo revirou os olhos e seguiu caminhando. Eu queria perguntar um monte de coisa, mas tinha medo de irritar aquela pequena. Seguimos por uma área da floresta até encontrarmos uma caverna. Eu estava surpresa de nunca ter visto aquele lugar antes, mas não duvidava que havia outros mistérios no próprio Acampamento Meio-Sangue que eu desconhecia.

A caverna era bem ampla e até mesmo arejada, revelando ser até mesmo bem cuidada por alguém. Havia velas ali dentro guiando o caminho até uma sala que mais parecia um altar luxuoso. Tinha divã, almofadas grandes e vermelhas, quadros no chão, harpas e instrumentos musicais antigos. No centro, uma estátua de um homem bonito, com uma pose heroica e um sorriso divertido no rosto.

- Meu pai – Jihyo falou quando me viu fitando a estátua – Aqui é uma área sagrada, ajuda a entrar em contato com ele e ter mais sucesso nas buscas de profecias.

Acenei com a cabeça fingindo compreender tudo o que ela falava. Mas a bem da verdade, eu estava ansiosa demais. Era como se eu estivesse indo para uma cartomante e ela estaria revelando o meu futuro.

- Venha, sentaremos nas almofadas.

Segui Jihyo até o canto direito onde estavam as diversas almofadas. Escolhi uma rosa para sentar com as pernas cruzadas em estilo índio. Jihyo pegou a vermelha e se posicionou a minha frente.

- Como isso funciona? – indaguei sem conseguir mais conter a curiosidade.

- Eu rezo pedindo pela sua profecia na missão. Se der certo vou começar a falar esquisito e recitar, depois ficarei fraca e por isso você vai me dar um pouco de néctar que tem naquele jarrinho ali.

Ela apontou para um recipiente sobre uma mesinha de canto. Acenei com a cabeça, meu coração disparando quando a vi endireitando a postura e fechando os olhos. Jihyo começou a controlar a respiração enquanto eu tentava observar tudo quieta. Mas eu estava nervosa, tente mandar alguém hiperativo ficar quieto quando estava tendo uma leve crise de ansiedade. O resultado era que eu me mexia, batucava em minha perna, olhava para tudo e para nada ao mesmo tempo. Jihyo suspirou e eu a olhei assustada esperando pela profecia.

- Se você não relaxar eu não vou conseguir me concentrar Mina! – Jihyo reclamou ainda de olhos fechados – Distraia a sua mente.

- Mas eu não consigo, eu não sei o que vai acontecer! – murmurei me sentindo culpada.

- Pensa na Chaeyoung então, ela deve ser uma boa distração – mesmo com as pálpebras abaixadas, as sobrancelhas de Jihyo ficaram sugestivas.

- O tempo todo – suspirei sem conseguir.

The children of the olympian  | michaengOnde histórias criam vida. Descubra agora