Somos poeira

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Imagine que alguém coloque uma arma na sua cabeça e ameace matar toda sua família se você não correr quinze quilômetros em quarenta minutos.
Seria terrível certo?

Agora, imagine que você treinou religiosamente por meses e finalmente conseguiu completar essa marca, e na linha de chegada tem família e amigos torcendo por você.
Poderia ser o melhor momento e talvez o de maior orgulho na sua vida, certo?

Exatamente os mesmo quinze quilômetros. Exatamente a mesma pessoa percorrendo a mesma distância. Exatamente a mesma dor, nas mesmas pernas.

Mas quando você escolhe determinado desafio e se prepara para isso o evento se torna um marco glorioso na sua vida. Se forçado, no entanto, pode ser uma das experiência mais traumáticas e dolorosas imagináveis.

Muitas vezes, a única diferença entre um evento doloroso e um poderoso é a sensação de que escolhemos passar por aquilo.

Eu jamais escolheria passar por aquilo.

Aquele era um evento doloroso, onde a vida colocou uma arma na minha cabeça e eu desesperadamente corria a mais de trinta minutos ininterruptamente.

A frente, só havia neve. Neve que tanto amei mas que parecia infinita, o horizonte nunca chegava e a cada colina que subia torcia para o destino, que eu corria tanto para alcançar, estivesse logo abaixo.

Lá trás, para onde eu não olhei uma vez sequer, estavam os distantes sons dos motores que me seguiam por todos aqueles trinta minutos, mas sem nunca me alcançar.

O pulmão várias vezes maior pela transformação me ajudou até ali, mas a aquele ponto, nem mesmo o maior pulmão do mundo me faria ter folego para continuar correr.

Gostaria que a dor nos pés se dividisse entre as quatro patas que agora eu tinha, assim ficando mais suportável, mas não era oque acontecia, na verdade, ela parecia quadruplicar. Cada passo era tortura e cada gotículas de ar me era veneno. Queimava como um, tudo queimava.
Mas eu precisava correr.

Jeongin e Yugyeom precisavam que eu corresse.
Eu só queria chegar lá, entretanto não há corpo no mundo que aguentaria.

O escurecer de minha visão se embranqueceu quando me vi com o rosto no chão, capotando sobre a neve fofa que se fez uma nuvem pela velocidade em que cai. Quando enfim parei de rolar precisei de alguns segundos para tentar me por de pé, e falhei.

—Jimin! Se machucou, amor?__ Os sons distantes dos motores estavam próximos e logo a voz de Jungkook estava ali. Tentei mais uma vez levantar e falhei miseravelmente ao falhar das patas.  —Ei ei ei. Fica quieto ai!

Não... não posso__ Sussurrei mais para mim que para ele, e mesmo que ele não tivesse um por cento da minha força naquela forma ele tentou me impedir, quando novamente bambeei ao tentar ficar em pé.

A fronteira jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora