Capítulo 3: Cria do diabo!

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                NARRADOR: Wednesday

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                NARRADOR: Wednesday

- Até a noite então.

Ela falou e suas bochechas ficaram rosadas, é um ato muito frequente.

- Até, Sinclair.

O primeiro raio de sol acertou meu rosto, segurei o grito agudo enquanto Sinclair entrava em sua casa.
Quando ela atravessou sua grande porta de madeira corri por sua rua como se minha existência dependesse disso, e dependia.
Procuro esconderijo rápido.

- O bosque...

Sinto a pele dos meus braços descolarem da minha carne, soltei um grito de dor que estava preso.
Suspirei fundo me preparando para a transformação, preciso chegar rápido na cabana. Observei bem se não estava sendo assistida por alguém, constatei que não.

Comecei a correr pela rua velozmente,fechei os olhos e pulei mata a dentro.
Quando abri os olhos já sobrevoava as árvores da fria cidade , com pressa batem minhas asas, mais uma vez os raios tocaram minha pele agora escura e peluda.

Os pinheiros cobertos de neve escondiam minha casa temporária, quanto mais demoro a achar mais o sol se faz presente.

Senti minha garganta secar, meus pelos ralos queimarem, minhas asas cansarem.
Por onde passo deixo uma rastro de fumaça, o sol nunca me encheu os olhos.
Avistei minha cabana a baixo dos meus olhos, cortei o vento com a cabeça, curvei as asas para dar um mergulho mais rápido.

Cerrei os olhos me preparando para queda.
Fechei os braços em posição fetal para a dor sem menos, não adiantou, senti o impacto da terra úmida contra meu tronco, uma pequena horta amorteceu minha aterrissagem, bolei como um saco de batatas podres pelo chão.

Meu nariz e unhas se encheram de terra, cuspi um pouco de grama que se acumulou na minha boca.
Normalmente eu volto a minha forma humana com roupas, dessa vez o sol fez questão de queimá-las. Meu corpo estava avermelhado das queimaduras do sol, boa parte da minha pele se descolou da minha carne.
Levantei nua e cambaleante, andei para dentro de casa e deitei no sofá esverdeado.
Gemi de dor, meus cabelos estão cheios de folhas e algumas minhocas.

Levantei do sofá rastejante, abri a porta da geladeira e peguei uma jarra para me ajudar com a dor.
Vesti uma blusa do time de rugby da minha cidade natal, joguei por anos antes de ser expulsa.

Bebi o líquido vermelho e denso, foi como sentir o doce abraço da morte, me senti viva e encorajada, senti meus machucados sendo aos poucos curados.
Fui até a pia e lavei minhas mãos, as sequei, cuidadosamente tirei minhas lentes de contato revelando a cor verdadeira dos meus olhos.
Vermelhos.
Vi de relance um papel na porta de chegada, eu leria, mas apenas depois de um banho.

Sai do toilette com uma tolha branca nos cabelos e uma no corpo.

Segurei o envelope nas mãos e o rasguei revelando a carta com a brasão da minha família, um lobo com a boca aberta e dentes afiados amostra.

A Vampira que me morda Onde histórias criam vida. Descubra agora