Capítulo 39: Mortos não falam... e Ive também não.

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                        Narrador: Ive

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Narrador: Ive

Já faz dois dias que Wednesday está em Salem, minha amiga anda fazendo falta, os dias se passam mais lentamente sem ela, não tenho ninguém para rir das minhas piadas, fazer careta para os absurdos que falo...
Olhei para a chave tão sem graça em minhas mãos e a girei na maçaneta de sua cabana vendo que tudo estava no lugar em que ela deixou, o seu sofá verde, sua cozinha que é raramente usada, uma blusa de líder de torcida do colégio Santa Camila estava passada perfeitamente em cima da mesa, tudo estava normal.

- Só irei dar água as plantas.

Esther confirmou com a cabeça enquanto se jogava no sofá esverdeado, a garota estava com seus fones de ouvido, eu iria continuar falando mas vi que minha namorada não estava tão comunicativa hoje e me calei, derrotada, com os ombros baixos deixei a cabana indo em direção as plantas.

Essa situação com a garota já estava bem mais que difícil de lidar, parece que estamos a quilômetros de distância, mas quando olho para o lado... lá estava ela, me observando e desviando seu olhar triste, a alguns dias ela estava assim, calada, triste e pensativa. Isso foi principalmente depois da festa da Ariana, eu não sei o que pode ter acontecido mas ela não estava mais a mesma.

Respirei fundo sentindo o ar puro da floresta preencher meus pulmões, peguei um pequeno balde e comecei a enchê-lo na torneira, as plantas maiores a chuva mais cedo fez a gentileza de molhar, as nuvens carregadas caíram e limparam o sol em um lindo azul. Passei bons minutos carregando balde por balde, no terceiro já estava cansada, vi a mangueira e achei que seria mais rápido, liguei ela e deixei nas plantas próximas da grande janela.

- Ive, já está terminando?

Esther perguntou sentando-se na soleira da porta, deixei a mangueira próxima a planta e fui até ela, minha namorada estava com um bico quilométrico.

- Acredito que mais meia hora.

Me sentei ao seu lado vendo a garota suspirar com minha presença, ela tirou seus fones se mostrando pronta para uma conversa, vi seus olhos castanhos triste e quase chorosos.

-Quer falar sobre isso?

Ela ainda não tinha me comunicado o motivo de sua chateação, mas algumas coisas não precisam ser ditas.

- Sobre o que?

Eu sorri sem ânimo com a garota que conheço tão bem tentando me esconder suas angústias.

- Sobre você estar se escondendo, achei que já tínhamos passado dessa fase em nosso relacionamento, pode confiar em mim.

Ela levantou da pilastra que estava apoiada e sentou-se ereta em minha frente.

- Não quero te preocupar com inseguranças, só estou com um pressentimento, nem sei se é uma coisa boa ou ruim, isso anda me consumindo, sinto que está ligado a você, como um presságio.

A Vampira que me morda Onde histórias criam vida. Descubra agora